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Moradores de Rio Branco enfrentam filas por combustível

Estrada interditada por causa de cheias no Acre; cidades estão com problemas de abastecimento - Gleilson Miranda/Secom
Estrada interditada por causa de cheias no Acre; cidades estão com problemas de abastecimento Imagem: Gleilson Miranda/Secom

Eduardo Duarte

Do UOL, em Rio Branco

25/03/2014 21h06

Motoristas de Rio Branco enfrentaram longas filas em postos de combustíveis nesta terça-feira (25). O Estado do Acre enfrenta dificuldades no abastecimento de produtos desde do dia 10 de fevereiro quando o tráfego pela BR-364 foi reduzido por causa da cheia no rio Madeira, em Rondônia.

A situação começou a se agravar desde a última sexta-feira (21), quando o tráfego pela BR foi completamente suspenso para construção de novos portos de atracagem de balsas. O rio Madeira atingiu a cota de 19,61 m dificultando ainda mais o transporte de cargas pela estrada, em alguns pontos a lâmina d’água entre chega a mais de 1,50 m acima do asfalto.

Em coletiva, o governador do Acre, Tião Viana (PT) explicou que houve um atraso de uma balsa vinda da cidade de Boca do Acre (AM), e a capital ficou algumas horas sem combustível. “São 600 mil litros que devem abastecer a cidade por alguns dias, fora isso outros 2,3 milhões de litros estão chegando em Cruzeiro do Sul e isso nos dará uma tranquilidade”, disse.

Viana confirmou ainda que outros combustíveis como Diesel S10 também deve chegar nos próximos dias para garantir que não haja mais nenhum risco grave de desabastecimento. Desde o dia 24 de fevereiro a FAB já realizou 60 voos para o Acre, transportando mais de 400 toneladas de alimentos.

De acordo com Adem Araújo, proprietário de um rede de supermercados no estado, os voos não tem sido suficientes para atender toda demanda. “A situação pode se agravar um pouco mais. Os itens da cesta básica devem acabar nos próximos 10 ou 15 dias”, enfatizou.

Araújo disse que está embarcando seus produtos em balsas na cidade de Porto Velho com destino a Rio Branco, porém o tempo de viagem até Rio Branco será de aproximadamente 20 dias. “Se a estrada reabrir, esse vácuo de tempo será preenchido, mas não podemos garantir nada”.

O empresário disse também que mesmo após o trafego na BR for normalizado serão necessários ainda mais 30 dias para que os estoques voltem a normalidade.

Para o governador, nesse momento é necessário que os empresários encontrem também alternativas para contornar a crise. “Tenho dito reintegradas vezes que os empresários devem se associar para contratar balsas, caso fiquem esperando o nível do rio Madeira baixar, o prejuízo será bem maior”.

Medicamentos e Merenda Escolar

Também presente a coletiva, o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre disse que há uma preocupação quanto ao fornecimento de medicamentos para a rede pública. “Temos medicamentos para atender uma semana as 66 unidades de saúde da capital, mas temos a garantia que não faltará os medicamentos básicos na cidade”. Quando a merenda escolar o prefeito afirmou que até o momento nenhuma escola parou as atividades devido ao desabastecimento de alimentos.

“Nós vivemos o maior desastre natural que Rondônia já passou em sua história e o nosso desafio é manter o abastecimento. Fica a certeza que estamos fazendo o que é possível, mas precisamos do entendimento e do apoio da população para enfrentar essa crise”, destacou o prefeito.