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PMs do Maranhão paralisam atividades por tempo indeterminado

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

27/03/2014 09h03

Policiais militares do Maranhão estão com as atividades paradas desde a noite desta quarta-feira (26). A categoria decidiu se aquartelar por tempo indeterminado para pressionar o governo do Estado a cumprir uma pauta de reivindicações com quase dez itens, incluindo reajuste salarial de 25% para compensar perdas.

A paralisação já atinge São Luís e as cidades de Bacabal, Caxias, Imperatriz, Matões, Parnarama e Timon.

Segundo um militar que faz parte da liderança do movimento e pediu para não ser identificado temendo represálias, os PMs estão se recusando a sair para patrulhamento nas ruas e até cogitam deixar os postos militares do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Apesar de terem os salários reajustados em 7%, os militares criticaram o aumento e pedem o reajuste de 25% para compensar as perdas salariais que vêm sofrendo desde 2002.

“Foi dada uma reposição de 7% relativa à inflação, mas não tivemos aumento real nos salários desde a greve de 2011”, disse o militar.

A categoria pede ainda o pagamento de adicional noturno, adicional por periculosidade, lei de promoção, regulamentação da carga horária de 40 horas semanais e melhores condições de trabalho. Os militares reclamaram que estão trabalhando com coletes balísticos fora do prazo de validade e munições obsoletas, além de fardas velhas.

1.800 novos PMs
Enquanto os policiais militares decidiram paralisar as atividades, o governo do Estado anunciou a nomeação de 1.800 novos PMs aprovados no concurso de 2012, para reforçar a segurança de São Luís e do Interior do Maranhão.

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), informou que a nomeação dos novos militares tem data retroativa a 18 de fevereiro.

Segundo o governo, a nomeação dos 1.800 PMs foi a maior incorporação já realizada na Polícia Militar do Maranhão.

Somente em São Luís, o reforço será de 730 novos policiais. Os outros 1.070 miliares serão distribuídos nas unidades do Interior.

Sobre a paralisação dos militares, o governo do Maranhão afirmou que os PMs não têm justificativa para paralisar as atividades, pois o Estado tem se mantido “aberto ao diálogo” e “valorizando” os policiais.

Em nota, enviada ao UOL, nesta quinta-feira (27), o Estado afirmou ainda que vem cumprindo “rigorosamente, dentro da legalidade, todos os itens do acordo firmado com a categoria”.

Segundo o governo do Maranhão, as gratificações por exercício de função foram reajustadas em percentuais diversos e os novos valores já serão pagos a partir do mês abril. A tabela de subsídios do Plano de Cargos e Carreiras foi antecipada de 2015 para novembro de 2014.

Suspeitos de ligação com facção são enviados a Pedrinhas