Com greve de ônibus, metrô, trens e barcas usam capacidade máxima no Rio
No segundo dia da paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro, os trens, metrôs e barcas que atendem à população da cidade operam com capacidade máxima nesta quarta-feira (14). No entanto, ainda assim muitos passageiros enfrentam dificuldade para se deslocar pela cidade, principalmente em regiões cuja única opção de transporte público é o ônibus.
Mais uma vez, a zona oeste é a região mais afetada. Em Rio das Pedras e na Barra da Tijuca, os passageiros se aglomeravam em pontos, disputando os poucos ônibus que atendiam aos bairros. O sistema BRT Transoeste --corredor expresso que liga a Barra da Tijuca a Campo Grande-- operava com 50% da frota nas ruas, mas filas se formavam nas estações.
A fim de minimizar o impacto, a Prefeitura do Rio informou que a Secretaria Municipal de Transportes vai manter em operação o plano de contingência elaborado nesta semana. Porém, voltou a vigorar a proibição da circulação de carros de passeio nos corredores BRS e na faixa seletiva da avenida Brasil.
As concessionárias que administram os sistemas de trens (Supervia), metrô (MetrôRio) e barcas (Barcas SA) anteciparam o horário de pico. No caso do transporte ferroviário, a antecipação foi de 90 minutos, isto é, desde as 4h30 --os trens começaram a circular às 4h. A previsão é ofertar 1,6 milhão de lugares durante o dia.
O metrô, por sua vez, antecipou em 60 minutos; enquanto as barcas, em 30 minutos. No entanto, os serviços Metrô Na Superfície e Integração estão suspensos. O planejamento também será executado na volta para casa.
Na terça-feira (13), segundo usuários de metrô, o movimento intenso na estação da Central do Brasil foi maior que o de hábito nos guichês de compra de bilhetes e nas plataformas, com muita aglomeração, mas os trens, que passaram a sair em maior número, circularam com lotação normal para o horário.
Já a Polícia Militar vai reforçar a segurança nas áreas onde estão situadas as garagens das empresas de ônibus, para evitar que sejam realizados piquetes. Guardas municipais e funcionários da Seop (Secretaria Especial de Ordem Pública) também estarão de prontidão.
Liminar
A greve de 48 horas entrou em seu segundo dia hoje. Na terça, a Justiça concedeu liminar que determina a manutenção em serviço de pelo menos 70% do efetivo total de motoristas e cobradores durante a paralisação. À imprensa, no entanto, o comando de greve da categoria informou não ser possível cumprir a ordem judicial.
Imagens da rede de TV "GloboNews" mostram que muitas pessoas aguardam nos pontos e que há poucos carros circulando neste início de manhã. Ainda de acordo com a emissora, motoristas da Baixada Fluminense aderiram ao movimento.
Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que diz não se sentir representado pelo Sintraturb.
Transtornos
Na terça-feira, quem tentou se deslocar pela cidade encontrou filas nos pontos de ônibus, veículos lotados, preços abusivos cobrados por vans e dificuldade no acesso ao metrô. Os passageiros que mais enfrentaram transtornos são os que tentaram deixar a zona oeste da cidade.
Apenas coletivos de linhas intermunicipais circularam. As vans legalizadas, que circulam dentro do bairro, chegaram a cobrar R$ 10. A tarifa normal é a mesma dos ônibus, isto é, R$ 3. Com a paralisação, havia nos pontos de ônibus na região da Central do Brasil, no centro da cidade, quem esperasse caronas de colegas de trabalho.
Pelo menos 158 ônibus foram depredados, segundo informou o Rio Ônibus (sindicato das empresas de ônibus). A Polícia Militar informou que dez pessoas foram detidas por tentarem impedir a circulação dos coletivos.
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