Ao menos 158 ônibus são depredados durante greve no Rio, dizem empresas
O Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas que operam linhas de ônibus na capital fluminense, informou que pelo menos 158 coletivos foram depredados nesta terça-feira (13), durante a paralisação de 48 horas dos motoristas e cobradores, iniciada na última madrugada. "As principais avarias são quebra de parabrisas, janelas, retrovisores e furto de chaves", informou o sindicato, em nota.
Também nesta terça, o comando de greve dos rodoviários informou "não ter condições" de cumprir a ordem judicial que determinou que 70% dos trabalhadores voltem às suas funções amanhã (14), segundo dia de paralisação. Os grevistas afirmam que 80% dos motoristas e cobradores de ônibus da cidade do Rio estão de braços cruzados.
De acordo com Hélio Teodoro, um dos líderes do movimento, não há tempo hábil nem organização suficiente para antecipar a assembleia marcada para a próxima quinta (15). Maura Gonçalves, que também faz parte do comando de greve, afirmou "não ter controle" sobre a maioria dos trabalhadores. "A categoria está muito revoltada", comentou ela.
Nesta terça, o TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Rio) deferiu liminar que determina a manutenção em serviço de pelo menos 70% do efetivo total de motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro durante a paralisação da categoria. Cerca de 1,9 milhões de pessoas utilizam ônibus no Rio por dia.
Segundo a Justiça, caso a determinação seja descumprida, a pena diária será de R$ 50 mil contra o Sintraturb (Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros). A decisão da desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos levou em conta o fato de o transporte rodoviário de passageiros ser atividade essencial e de que o sindicato é o legítimo representante da categoria.
Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que não se sentiria representado pelo Sintraturb.
Plano de contingência
A Prefeitura do Rio desenvolveu um plano de contingência para minimizar os impactos da greve, reforçando metrô, trens e barcas, e a Polícia Militar informou que garantiria a segurança na saída das garagens dos quatro consórcios, nas estações do BRT Transoeste e nos terminais de ônibus. No entanto, de acordo com a Secretaria Municipal de Transportes do Rio, apenas 18% da frota de ônibus está circulando.
Motoristas e cobradores fazem greve no Rio de Janeiro
SuperVia, metrô e barcas tiveram o horário de pico ampliado. Segundo usuários de metrô ouvidos pela reportagem, o movimento intenso na estação da Central do Brasil na manhã desta terça foi maior que o de hábito nos guichês de compra de bilhetes e nas plataformas, com muita aglomeração, mas os trens, que passaram a sair em maior número , circularam com lotação normal para o horário.
"Pego metrô todo dia na Pavuna pra vir pra Central e hoje está muito mais cheio aqui. Mas os trens estão saindo mais rápido e menos lotados", afirmou a operadora de telemarketing Débora Lemos, 29.
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