Sindicato patronal de empresas de ônibus ameaça demitir grevistas em SP
O diretor da SPUrbanuss (o sindicato patronal das empresas de ônibus de São Paulo) Francisco Christovam afirmou que a responsabilidade pela paralisação dos motoristas e cobradores na cidade, que entra nesta quarta-feira (21) em seu segundo dia, será apurada e, se for o caso, serão feitas “demissões por justa causa”.
"O impacto é lamentável, mas está menor do que ontem. Esse movimento não tem o apoio de ninguém. Nem o sindicato dos motoristas nem nós nem a prefeitura temos nada a ver com isso”, afirmou Christovam.
Segundo o diretor, as zonas norte e oeste foram as mais afetadas pela paralisação. O presidente do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano), José Valdevan, conhecido como Noventa, estima que cerca de 1.200 ônibus (8% da frota total da cidade) estejam parados nesta manhã.
Christovam disse ainda em entrevista à rádio CBN que os dois sindicatos estão tentando contato com os grevistas nas garagens, mas que “ninguém quer assumir a responsabilidade pela paralisação”.
Reivindicações
Os motoristas e cobradores que têm participado das paralisações pertencem a uma dissidência da atual direção do Sindimotoristas que, até agora, preferiu manter-se no anonimato.
O pouco que se sabe do grupo dissidente é que eles exigem um reajuste maior do que os 10% propostos pelas empresas de ônibus e aprovados na última segunda-feira (19) em assembleia da categoria que reuniu milhares de trabalhadores.
Segundo Noventa, a categoria abriu negociação com as empresas exigindo 13% de reajuste. Inicialmente, o SPUrbanuus ofereceu 5,2% de reajuste, equivalente à inflação do último ano. Diante da recusa dos trabalhadores, o sindicato patronal subiu a proposta de reajuste para os 10%.
Também foi oferecido aumento de R$ 1,20 no vale-refeição diário, que passou de R$ 15,30 para R$ 16,50, além de uma parcela fixa anual de R$ 850, referente à participação nos lucros e resultados (PLR). O acordo também prevê o reconhecimento de insalubridade, que permitirá aos motoristas e cobradores se aposentar com 25 anos de trabalho (atualmente o tempo de serviço é de 35 anos para homens e 25 para mulheres).
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