Sem acordo, greves em Salvador e São Luís deixam 1,8 milhão sem ônibus
Rodoviários de Salvador e São Luís resolveram entrar em greve nesta terça-feira (27) e deixaram as duas capitais sem ônibus. Cerca de 1,8 milhão de pessoas foram afetadas. Em Salvador, segundo a Transalvador (Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador), 1,1 milhão de pessoas usam o transporte de ônibus diariamente. Já em São Luís, são 700 mil usuários do sistema, segundo a SMTT (Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito).
Em Salvador, a greve é encabeçada por rodoviários dissidentes, que não aceitaram o acordo feito entre o Sindicato dos Rodoviários e os empresários, firmado nessa segunda-feira (26).
Os trabalhadores alegam que o acordo aprovado pelo sindicato foi apreciado por 40 pessoas e que a categoria, que esperava analisar a proposta em assembleia, não pôde participar da decisão.
O sindicato aprovou a proposta de reajuste salarial de 9% e a redução da carga horária de oito para sete horas, além de pausa de 20 minutos para descanso, ampliação da gratificação paga no Carnaval e contratação de mulheres.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que 70% da frota de ônibus circulem em Salvador durante a greve dos rodoviários. Foi estipulada a multa de R$ 100 mil por dia descumprido. Os grevistas já dizem que devem continuar de braços cruzados até sexta-feira (30).
Em São Luís, a greve entrou para o quinto dia com a paralisação total dos ônibus. Rodoviários se reuniram com empresários, na noite dessa segunda-feira, mas não chegaram a um acordo e decidiram radicalizar o movimento, não retirando nenhum ônibus das garagens.
Desde o início da greve dos rodoviários em São Luís, o movimento nas ruas diminuiu. São poucos os passageiros que se arriscam a ficar nos pontos de ônibus à espera do transporte público.
A categoria deve realizar uma nova assembleia à tarde para avaliar as ações desta terça-feira.
Os rodoviários de São Luís querem reajuste de 16% nos salários, aumento do valor do vale-alimentação para R$ 500, inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação do plano odontológico.
Tanto em Salvador quanto em São Luís, a PM (Polícia Militar) está nas portas das garagens das empresas para evitar tumultos.
Nas duas capitais, o transporte coletivo está sendo feito por veículos clandestinos. Táxis, vans e ônibus particulares se aproveitaram da paralisação para pegar passageiros nos pontos.
A falta de ônibus gerou muita reclamação de usuários do transporte em Salvador e em São Luís. A professora de inglês Raiana Silva, 26, sugeriu que os rodoviários fizessem um movimento que afetasse apenas os empresários, e não os usuários de ônibus. “Deveriam abrir as catracas. Aí, sim, essa greve seria justa, pois não seríamos prejudicados e os empresários ficariam sem lucrar. Dessa forma, essa greve está reprovada pela população”, disse a soteropolitana.
Ricardo Gaioso, de São Luís, também reprovou a greve dos rodoviários. “É uma falta de respeito com a população, ficamos sem opção de condução. É de enlouquecer nesse sol quente, esperando um transporte que nunca chega”, reclamou.
Natal
Trabalhadores rodoviários em Natal ameaçam entrar em greve nesta semana.
Após a terceira rodada de negociação, ocorrida nessa segunda-feira (26), entre representantes do Sintro (Sindicato dos Profissionais de Transporte do Rio Grande do Norte), do Seturn (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município do Natal) e da Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana), rodoviários dissidentes fecharam algumas vias de Natal em protesto a falta de avanço nas propostas.
O movimento fechou as avenidas embaixo do viaduto do Baldo, provocando engarrafamento. Os passageiros que estavam dentro dos ônibus tiveram de descer dos veículos e seguiram a pé.
Uma nova reunião deverá ocorrer na próxima quinta-feira (29). Os rodoviários dissidentes já informaram que podem parar as atividades na sexta-feira (30).
Os rodoviários pedem reajuste salarial de 16%, aumento no valor do vale-refeição para R$ 450, entre outras reivindicações.
O Seturn alega que não tem condições de dar o reajuste sem que o valor da passagem aumente ou sem que a prefeitura diminua o valor dos impostos pagos pelos empresários.
Fim da greve em Teresina
Em Teresina, após quatro dias de paralisação, os rodoviários encerraram a greve, na noite de segunda-feira (26), aceitando o reajuste de 7,5% já na folha de pagamento de junho.
Segundo o TRT (Tribunal Regional do Trabalho), também foi acordado a nova data base dos rodoviários, que era em maio e agora será em janeiro. O novo aumento em janeiro deverá ser baseado no IPCA acrescido de 2% de ganho real.
A Prefeitura de Teresina informou que 200 mil pessoas foram afetadas com a greve em cada dia. Para minimizar a falta de transporte coletivo, havia sido cadastrados 140 veículos particulares para fazer o transporte alternativo.
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