Justiça manda soltar Sininho e outros quatro ativistas presos no Rio
O desembargador Siro Darlan, da 27ª Vara Criminal do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), concedeu nesta sexta-feira (18) habeas corpus em favor da soltura de Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, e de outros quatro ativistas detidos temporariamente em uma investigação da Polícia Civil sobre vandalismo em manifestações.
Os cinco estão presos no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense. Além de Sininho, devem deixar a cadeia Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, Eduardo Oliveira Castro de Souza, Igor Pereira D'Icarahy e Tiago Teixeira Neves da Rocha.
De acordo com a assessoria do TJ-RJ, Darlan argumentou que a prisão temporária dos ativistas foi decretada ilegalmente.
No dia 15 de julho, a Justiça já havia determinado a soltura de outras 12 pessoas presas na operação sobre atos de violência em protestos --em decisão assinada pelo mesmo desembargador. No total, 19 pessoas foram detidas, mas duas foram liberadas após prestar depoimento em sede policial. Todas são investigadas por formação de quadrilha armada.
De acordo com a polícia, os suspeitos articulavam a prática de atos violentos no dia da final da Copa do Mundo. Dos 26 mandados de prisão expedidos pela Justiça, 17 foram cumpridos. Duas pessoas foram presas em flagrante --uma por porte de drogas e outra pela posse de uma arma sem autorização.
Quem é Sininho?
Para a polícia, a jovem gaúcha Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, figurava entre as lideranças da onda de manifestações que ocorreu no Rio em 2013.
No dia 13 de junho, ela foi indiciada por suspeita de incitação a ações violentas. Na ocasião, ela foi levada à Cidade da Polícia, no Jacaré, na zona norte do Rio, onde prestou esclarecimentos sobre um suposto envolvimento com os black blocs. Porém, não houve detenção.
Na véspera da final da Copa do Mundo, no dia 12 de julho, Elisa foi detida em Porto Alegre, sua cidade natal, com mandado de prisão expedido pelo juiz da 27ª Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau.
Para o advogado de Sininho, Marino D'Icarahy, que defende também outros dois suspeitos, as prisões de manifestantes configuram um "Estado de exceção".
"É a confirmação de que estamos vivendo um Estado de exceção no Rio de Janeiro. As pessoas são trazidas para serem interrogadas como testemunhas e não têm o direito de se manter caladas. Quando a gente sabe que a intenção do Estado é estabelecer a prova, que eles nunca vão conseguir, porque não existe isso, da organização criminosa. Isso é uma covardia", disse ele no dia 11 de junho, quando Sininho e outros investigados estiveram na Cidade da Polícia para prestar depoimento.
Questionado sobre o fato de a operação da Polícia Civil ter sido feito na véspera da Copa, o advogado afirmou não acreditar em uma "mera coincidência". "É tudo pensado. É parte de um processo de intimidação do ativismo político, uma criminalização do ativismo político", declarou o defensor.
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