Pai do menino atacado por tigre diz que filho pediu para não matarem animal
“Sabe o que ele gritou a primeira hora que ele falou que estava sem braço? Não mata o tigre. Ele só pensou no tigre", afirmou Marcos do Carmo Rocha, 43, pai do menino de 11 anos que teve seu braço arrancado após ser atacado por um tigre na última semana.
"Eu falei para ele não fazer isso [entrar na área restrita do zoológico]", disse, muito emocionado, em entrevista exibida neste domingo (3) no "Fantástico", da TV Globo.
Rocha contou que não viu o filho entrar na área restrita pela primeira vez, em frente à jaula do leão. Falou também que pediu ao filho para que não fizesse isso novamente. O menino, no entanto, o desobedeceu.
O pai afirmou que estava com o filho pequeno no colo e teve medo que o filho menor fizesse igual. "Foi um lapso, de repente aconteceu aquilo. Deixei o pequeno e corri para acudir ele", contou chorando.
Rocha disse que ao ver o animal com o braço do filho na boca, chegou a enfiar os dedos nos olhos do tigre.
O menino teve o braço amputado e ainda está internado no Hospital Universitário do Oeste do Paraná.
Conheça o caso
O ataque do tigre ao menino de 11 anos ocorreu na última terça-feira (30), quando o garoto estava em uma área proibida no recinto dos felinos. Ao colocar o braço direito dentro da jaula, o tigre, chamado de Hu, o atacou.O menino teve o braço dilacerado.
Menino não poderá usar prótese
O menino não poderá usar prótese, segundo avaliações premilinares do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná). O braço precisou ser amputado na altura do ombro, o que não deixou área para o encaixe de uma prótese no futuro. Os médicos ainda irão avaliar novamente o membro durante e após a cicatrização.
A criança, que mora em São Paulo, aproveitava as férias com o pai, Marcos do Carmo Rocha, e o irmão menor, de 3 anos.
Inquérito
A Polícia Civil de Cascavel abriu um inquérito policial para investigar as circunstâncias do ataque do tigre ao garoto. Segundo o delegado Denis Marino, que cuida do caso, o pai, Marcos do Carmo Rocha, 43, vai responder por lesão corporal grave.
O delegado ainda afirma que outras pessoas também poderão ser responsabilizadas. "Se descobrirmos que a guarda do local viu a 'brincadeira' e não tomou atitude, estes guardas também serão responsabilizados, da mesma forma", afirmou Marino. A pena para este tipo de crime varia de dois a cinco anos de prisão.
O delegado também condenou a atitude de quem assistia e gravava a cena. "As pessoas preferiram tirar o celular do bolso e gravar o menino brincando do que fazer alguma coisa". Em depoimento, Rocha disse que estava com outro filho, de três anos, quando o de 11 anos se distanciou e avançou na área proibida para brincar com os animais. Ele alegou à polícia que quando percebeu o ataque bateu no tigre para que soltasse o braço do filho.
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