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Comandante de UPP morto em favela do Complexo do Alemão estava sem colete

O capitão Uanderson Manoel da Silva, 34, morreu na noite de ontem (11) após ser baleado em confronto no Complexo do Alemão - Divulgação/ Polícia Militar
O capitão Uanderson Manoel da Silva, 34, morreu na noite de ontem (11) após ser baleado em confronto no Complexo do Alemão Imagem: Divulgação/ Polícia Militar

Do UOL, no Rio

12/09/2014 10h07Atualizada em 12/09/2014 15h23

O comandante de uma das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, capitão Uanderson Manoel da Silva, 34, estava sem colete no momento em que foi baleado no tórax durante confronto entre policiais militares e traficantes da comunidade Nova Brasília, na noite de quinta-feira (11).

A vítima ainda chegou a dar entrada em um hospital da região, porém não resistiu aos ferimentos. O enterro do corpo do oficial deve ocorrer nesta sexta (12). Essa é a primeira morte de um comandante de UPP desde o começo da política de ocupação, iniciada em 2008.

De acordo com a CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), Silva foi ao largo da Vivi, localidade onde ocorreu o confronto, após receber um pedido de auxílio por parte dos policiais que travavam um intenso tiroteio. Por ter saído do comando da unidade às pressas, ele não teria colocado o equipamento de proteção, na versão da CPP.

Silva integrava a corporação havia 11 anos e já havia trabalhado em três batalhões operacionais. Há três meses, ele ocupava o cargo de comandante da UPP Nova Brasília. Ele era casado e tinha uma filha.

Em nota, a PM informou que policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) fazem uma varredura pelas comunidades do Alemão a fim de localizar os responsáveis pelo crime. Durante a madrugada, o primeiro suspeito foi detido em uma incursão na Vila Cruzeiro, na Penha. Ele foi identificado como Cassiano da Silva, 20. Uma outra pessoa --que não teve a identidade revelada pela assessoria de imprensa das UPPs--foi presa no início da tarde pela polícia e passa por averiguação.

Na versão da polícia, Cassiano arremessou um artefato explosivo contra um dos carros da Polícia Militar que patrulhavam o largo da Vivi. O suspeito foi reconhecido por outros PMs que participaram do ataque de ontem. O artefato não explodiu. Cassiano teve a prisão temporária decretada por 30 dias pelo juiz Vinicius Marcondes de Araújo, do Plantão Judiciário.

Antes da morte de Silva, 12 policiais militares já haviam morrido em áreas com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em cinco anos, sendo a maioria nos complexos do Alemão e da Penha, ambos com quatro mortes cada um.