Água da zona leste tem mais ferro e alumínio; da zona sul, mais sódio
A análise da qualidade da água encomendada pelo UOL mostra que a água fornecida aos moradores da zona leste de São Paulo tem mais ferro e alumínio em relação às outras regiões da capital paulista. O estudo confirma ainda que a água que chega às casas dos paulistanos é potável.
A reportagem do UOL acompanhou em 15 de agosto deste ano uma equipe do laboratório Controle Analítico, que coletou uma amostra de água em cada uma das regiões da capital: área central e zonas leste, oeste, sul e norte. A empresa de análise química privada trabalha em parceria com universidades como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a USP (Universidade de São Paulo).
A água recolhida em uma casa na Penha, na zona leste, cujo abastecimento é feito pelo Sistema Alto Tietê --o 3º maior da Grande São Paulo--, teve, além de um maior índice de ferro e alumínio, uma quantidade maior de sulfatos.
O ferro é um elemento químico presente naturalmente na água. O nível do minério aumenta por causa da erosão do solo e despejo de resíduos por indústrias. O ferro não é tóxico, mas causa mudança de sabor e de cor da água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários (saiba mais na tabela abaixo).
Já a água coletada no Capão Redondo, na zona sul, região abastecida pelo sistema Guarapiranga--o 2º maior da região metropolitana--, apresentou maior índice de cloreto, sódio, sólidos dissolvidos, nitrogênio nitrato e sulfeto de hidrogênio em relação às outras.
"Desde que cada amostra esteja dentro do padrão de potabilidade, não há problema nenhum nessa variação dos resultados", explica o engenheiro químico do laboratório Bruno Ansara Abreu.
Em nota, a Sabesp afirma que a empresa "cumpre todos os protocolos e usa a tecnologia adequada para fazer o tratamento". Ainda segundo a companhia, "a variação de alguns parâmetros da análise da água é normal e, desde que estejam abaixo dos limites impostos pelo Ministério da Saúde, não trazem risco à saúde da população".
Sistema Cantareira
A água do Bom Retiro, no centro, teve maior taxa de fluoretos e bário; a da Freguesia do Ó, na zona norte, cloro residual e também bário; e da Lapa, na zona oeste, maior pH. Essas três regiões são abastecidas pelo sistema Cantareira, que está em seu menor nível. Na última sexta-feira (26), chegou a 7,2% de sua capacidade.
Por causa da estiagem, a Sabesp passou a utilizar em maio deste ano 182,5 bilhões de litros do volume morto do sistema Cantareira --água que fica no fundo das represas--como fonte de abastecimento para 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo.
Especialistas alertam que essa reserva técnica pode trazer riscos à saúde por causa dos metais pesados que podem estar acumulados no fundo dos reservatórios. O governo do Estado garante que a qualidade da água do volume morto é a mesma da que era usada antes.
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