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Ataques em SC sobem para 110 e superam onda de violência de 2013

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

14/10/2014 15h10Atualizada em 14/10/2014 19h26

Com um ônibus incendiado e tiros na casa de um agente penitenciário na madrugada desta terça-feira (14), chegou a 110 o número de ataques da terceira onda de violência em Santa Catarina. O total supera os números de 2012 e de 2013, conforme balanço da PM (Polícia Militar) divulgado hoje.

A atual série de ataques, iniciada em 26 de setembro, já dura 19 dias, atingiu 32 cidades, teve 42 ônibus queimados e três mortos - dois suspeitos morreram em confronto com a polícia e um agente penitenciário foi assassinado, crime que continua sem solução.

Os ataques são ordenados de dentro das cadeias por integrantes da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC). As autoridades divergem sobre as causas dos ataques. Os anteriores foram atribuídos aos líderes do PGC que queriam melhoria nas condições carcerárias. Agora, a Secretaria de Segurança diz que foi o combate à criminalidade que levou os bandidos a reagirem com violência - eles ordenam os ataques para outros criminosos nas ruas.

Segundo a Secretaria de Segurança, a violência continua, mesmo depois de nove dias de intervenção de forças federais. Em 2013, a crise cessou com a ocupação dos presídios pela Força Nacional de Segurança e com a remoção dos líderes do PGC para cadeias fora do Estado. Desta vez, também ocorreu remoção de líderes (20, levados para Rondônia), mas a onda continua.

Os três mortos também superam os dois casos de 2013. Desde o aumento do policiamento na capital (no dia 5), os ataques só ocorreram no interior do Estado.

Em números, a onda de 2013 chegou a 111 incidentes, mas levou 22 dias para tanto, três dias a mais do que a atual. Os alvos preferenciais do PGC são policiais, estabelecimentos públicos e ônibus.

Na noite desta segunda-feira, um ônibus foi queimado em Ituporanga e a casa de um agente penitenciário foi alvejada, em Chapecó. Não houve vítimas. Estes dois ataques ocorreram depois de uma noite de trégua.

A polícia acredita que a organização domina cerca de 3.000 condenados nos 40 presídios do sistema. Nas ruas, 78 pessoas já foram presas, mas os ataques não param.

Cerca de 120 pessoas foram presas e acusadas pelos crimes das ondas anteriores. Em maio, 83 pessoas foram condenadas pelos ataques a penas que, somadas, chegam a 1049 anos.