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Policial, segurança de ex-secretário do RS é preso por escoltar traficante

Do UOL, em Porto Alegre

26/01/2015 21h33

O responsável pela proteção do ex-secretário da Segurança do Rio Grande do Sul no governo de Tarso Genro (PT) teve prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (26). O comissário Nilson Aneli é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil gaúcha suspeito de atuar como segurança de um grande traficante de drogas, morto no início de janeiro.

Aneli estava no local em que Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, 35, foi morto no dia 4 de janeiro. O traficante havia alugado uma casa em Tramandaí, uma das maiores praias do RS, a uma quadra do mar. Ele e seus comparsas foram surpreendidos por dois homens que abriram fogo contra a residência com um fuzil e uma pistola 9 mm, acertando Xandi na cabeça.

Primeiramente, Aneli negou qualquer envolvimento com os criminosos. Na ocasião, informou que chegou até a casa a pedido de um sobrinho que estava no local e solicitava ajuda.

Dias depois, o próprio ex-secretário de Segurança Airton Michels revelou que o ex-comissário havia admitido que estava trabalhando no local.

Ele afirmou disse que não sabia que o grupo que estava na casa era de criminosos --acreditava que Xandi era apenas o dono de uma produtora de eventos.

No local do crime foram encontradas cinco pistolas, seis carregadores de 31 tiros, 200 munições, grande quantia em dinheiro, quatro veículos, joias e drogas.

No momento do tiroteio, Aneli estava cedido ao Ministério Público.

Para o juiz Emerson Silveira Mota, da 2ª Vara Criminal do Foro de Tramandaí, que decretou sua prisão preventiva, a Corregedoria da Polícia apresentou "fortes indícios" de que o comissário estava fazendo a segurança pessoal do traficante. 

"Isso por si só já justifica a segregação cautelar, na medida em que a periculosidade do representante conclui-se pela aparente relação espúria de um agente da autoridade com o crime organizado, atentando, não só contra a ordem pública, mas contra o próprio estado democrático de direito", avaliou o magistrado. 

As investigações da corregedoria continuam. A defesa de Aneli foi procurada pela reportagem para comentar a prisão, mas não atendeu aos telefonemas.