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Resgate do buldogue Ryan: grupo faz vaquinha para tirar cão de loja no DF

O supervisor de informática Flávio Arruda Ribeiro encontrou o filhote da raça buldogue francês em um pet shop - Divulgação
O supervisor de informática Flávio Arruda Ribeiro encontrou o filhote da raça buldogue francês em um pet shop Imagem: Divulgação

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

24/03/2015 17h07Atualizada em 24/03/2015 17h20

Depois de descobrir que um cachorro estava trancado havia quatro meses em um pet shop do Distrito Federal, um grupo resolveu criar uma vaquinha virtual a fim de comprar o animal, que custava R$ 2.200, e fazer “o resgate do buldogue Ryan”.

A história começou em novembro de 2014. Na época, o supervisor de informática Flávio Arruda Ribeiro encontrou o cão da raça buldogue francês (ainda filhote) em um pet shop localizado no SIA (região central de Brasília).

Ele postou uma foto no grupo do Clube do Bulldog Francês de Brasília. “Quando eu vi o cachorro, senti um misto de raiva e tristeza. Ele era muito pequeno e estava exposto como produto”, diz.

Em março deste ano, outros integrantes do clube passaram pelo mesmo local e o animal ainda estava lá. “Na época, ele já havia crescido e estava na mesma gaiola daquela loja”, afirma Camila Lucena, que é criadora de cães. Depois que a foto foi postada no grupo do clube no Facebook, teve início uma comoção entre os integrantes.

Camila diz que comprar o cachorro foi a única solução de tirá-lo de lá. “Apesar de ele estar trancado em um espaço apertado no qual não tinha boas condições de vida, não tínhamos como denunciá-lo”, afirma. Com a missão de resgatar o cão, ela começou a organizar, no Facebook, uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar o cão.

Em dois dias, cerca de 60 pessoas ajudaram e foram recolhidos R$ 2.200. No dia 13 de março, boa parte do grupo que participou da vaquinha foi comprar o cachorro no pet shop. Naquele dia, o nome já estava escolhido: seria Ryan, em homenagem ao filme “O Resgate do Soldado Ryan”.

Após resgatar o buldogue Ryan, o sorteio de quem ficaria com o animal foi feito. “A primeira pessoa sorteada não poderia ficar com ele e daria para a irmã. Logo, foi eliminada”, conta Camila. A segunda pessoa sorteada foi Flávio, a mesma pessoa que encontrou Ryan em novembro do ano passado.

Os pré-requisitos para ficar com o cachorro era não comercializá-lo, não agir com maus-tratos, ter condições de cuidá-lo e se responsabilizar pela castração. Flávio conta que ficou surpreso por ter sido sorteado: “Fiquei meio desesperado para conseguir deixar tudo bonitinho para receber mais uma pessoinha na minha casa. Mas fiquei muito feliz”, afirmou. Hoje, Ryan mora em uma casa com outro cão, duas crianças e uma nova família.

Após o sucesso da missão com Ryan, o grupo tem outros planos. “Somos contra esse tipo de comércio que aprisiona os cachorros. Se for para vender, tem que ser com criador. No canil, o animal fica solto e, se não for vendido, fica com a família dele”, diz Camila. O grupo tentará organizar outras vaquinhas para ajudar não só buldogues, como também cães de outras raças.