Alpinista é baleado e morre no Rio após entrar em favela por engano
O alpinista industrial Ulisses da Costa Cancela, 36, morreu após ser baleado no último sábado (9) ao entrar por engano em uma comunidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ele tinha ido a uma festa no Rio e voltava para Petrópolis, cidade da região serrana onde morava, quando errou o caminho ao fazer um retorno na BR-040 e foi parar dentro da favela Vila Sapê, em Imbariê.
Criminosos efetuaram disparos contra o veículo. Ao perceber os tiros, ele teria pedido aos demais que se abaixassem, pois tentaria sair de ré da favela. Antes que pudesse escapar, foi atingido na cabeça e, ao perder o controle da direção, bateu com o carro em um muro. Cancela foi socorrido por pessoas que estavam no local e levado para um posto de saúde da região.
A mulher dele e outras duas pessoas, que também estavam no carro, não se feriram. De acordo com parentes, a mulher do alpinista permanece em estado de choque.
Cancela foi transferido para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas morreu por volta das 11h do domingo (10).
O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense. O delegado titular, Fábio Cardoso, informou que está ouvindo as testemunhas que presenciaram o crime.
As informações obtidas por meio de depoimentos se somarão ao resultado da perícia realizada no local.
Cancela trabalhava havia dois anos como caldeireiro escalador em uma empresa de operação e manutenção de óleo e gás que presta serviço para a Petrobras. Ele estava casado havia dez anos.
Nas redes sociais, amigos do alpinista lamentaram a morte da vítima. "Esse era mais que um amigo. Um grande irmão", escreveu um colega.
Cancela foi enterrado na segunda-feira (11), no Cemitério Municipal de Petrópolis.
Beltrame
O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, comentou ontem o assassinato de Cancela, ao participar de evento no Rio. "Esses são casos que no passado aconteciam no Rio de Janeiro recorrentemente. Se qualquer outra pessoa entrar no Chapadão, na Pedreira (favelas violentas na zona norte), em áreas onde estão esses bandidos ainda, infelizmente, é possível que isso aconteça porque são áreas que estão abandonadas há muito tempo", afirmou Beltrame.
O secretário disse ainda que "não há garantia" de que as autoridades de segurança vão "entregar uma cidade totalmente limpa" à população fluminense. "Eu digo e repito: o crime aqui no Rio de Janeiro é um paciente em estado febril. Nós temos picos dessa febre e às vezes ela diminui. E é em cima disso que a gente vai trabalhando. Dizer que o crime vai acabar é uma leviandade". afirmou ele. (Com Estadão Conteúdo)
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