Transexual "crucificada" na Parada Gay de SP diz ter sido ameaçada de morte
O protesto da modelo transexual Viviany Beleboni, 26, que se vestiu como Jesus Cristo e encenou a própria crucificação durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo, neste domingo (7), lhe rendeu inúmeras críticas nas redes sociais e, segundo ela, ligações com ameaças de morte.
No fim da tarde desta segunda-feira (8), Viviany usou o seu perfil no Facebook para agradecer manifestações de solidariedade e relatou ter sido ameaçada. “[O] negócio está ficando sério, recebendo ligações de morte, e agressões inúmeras”, escreveu. Pouco depois, ela compartilhou um vídeo no qual afirma que o seu objetivo era representar as dores de todas as travestis. “Somos crucificadas o ano todo”, declarou.
No alto da cruz usada no protesto, ela afixou uma placa com a mensagem "Basta de homofobia com GLBT".
Uma foto que mostra a modelo com os seios cobertos apenas pelos cabelos e os braços abertos foi postada no Facebook pelo deputado federal e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) com um texto de crítica aos manifestantes: “Imagens que chocam, agridem e machucam. Isto pode? É liberdade de expressão, dizem eles. […] Usar símbolos católicos como tapa sexo pode? Dizer que sou contra tudo isso não pode? Sou intolerante, né?”.
No início da noite, o post de Feliciano havia sido curtido por mais de 275 mil usuários do Facebook e compartilhado mais de 365 mil vezes. Em diversos comentários, o ato foi chamado de “blasfêmia” e “falta de respeito”.
Em um texto publicado no fim da tarde do domingo, ainda durante a parada, a modelo escreveu que havia representado “todas as mortes e agressões que vêm acontecendo contra a classe GLBT”. Ela ainda reclamou que “os próprios gays do meio” que já presenciaram casos de agressões falaram mal do seu protesto.
“Eu fui e dei minha cara a tapa. Não me importo com o comentário de vocês, dessa classe GLBT desunida […] Beijo no ombro para quem não gostou. Nem Deus agradou a todos”, escreveu. Viviany contou ainda ter chorado durante o ato ao lembrar da morte de amigas.
A modelo escreveu ainda que “Jesus morreu por todos e foi humilhado, motivo de chacotas, agredido e morto, que é o que vem acontecendo diariamente com GLBTs, por não termos leis”.
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