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Tempestade atrapalha atendimento a desabrigados de Mariana (MG)

Do UOL, em São Paulo*

06/11/2015 15h52

Uma forte tempestade atingiu o centro de Mariana (MG) no início da tarde desta sexta-feira (6) dificultando os trabalhos na Arena Mariana, ginásio poliesportivo para onde foram enviadas ao menos 300 pessoas desabrigadas após o rompimento de duas barragens na tarde de ontem, informam agentes da Defesa Civil que trabalham no local. A mineradora Samarco, donas das barragens, está oferecendo transferência para hotéis.

Cerca de 500 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas. Até o momento, o Corpo de Bombeiros confirma uma morte relacionada ao rompimento das barragens e diz ter encontrado um corpo em Rio Doce, a 100 km do acidente. Previamente, o órgão tinha confirmado que o corpo tinha relação com o acidente, mas voltou atrás e mudou a informação.

A corporação trabalha, preliminarmente, com o número de 13 desaparecidos, que seriam 12 funcionários de uma empresa terceirizada e um empregado da mineradora.

Previsão de chuva

Os fortes ventos de hoje chegaram a derrubar as tendas na entrada do complexo que serviam tanto para cadastrar voluntários para ajudar os desabrigados quanto para dar informações a parentes que ainda procuram por moradores do subdistrito de Bento Rodrigues, distante cerca de 40 minutos do centro da cidade e onde se situam as barragens.

A Defesa Civil alerta para o risco de pancadas de chuva (de 20 a 40 mm) e ventos de até 50 km/h nas próximas horas no subdistrito.

O acesso a Bento Rodrigues está proibido pela Polícia Militar, que montou barricadas ao longo da estrada de terra que dá acesso ao vilarejo. No local, restaram apenas árvores e algumas paredes de casas, todas cercadas de lama suja.

Lama atinge sete localidades

O acidente aconteceu no subdistrito de Bento Rodrigues, que foi tomado pela lama que saiu das barragens e ficou devastado. Outras seis localidades foram atingidos, de acordo com a prefeitura. 

O detrito das barragens já chegou ao município de Barra Longa, a 60 km de Mariana e a 215 km de Belo Horizonte.

Tremores foram sentidos

Antes do rompimento das barragens, foram sentidos tremores de terra na região. A USP (Universidade de São Paulo) e a UnB (Universidade de Brasília) detectaram tremores de pequena magnitude na região no começo da tarde de quinta-feira, entre 14h e 15h. Mas ainda não se sabe o que provocou os tremores nem se a tragédia está relacionada a eles. De acordo com a empresa, não houve sinal sonoro de alarme após o rompimento da primeira barragem. 

Na versão da Samarco, em julho deste ano, técnicos fizeram a última fiscalização na área onde ocorreu o acidente. Na ocasião, não foram verificadas irregularidades, de acordo com a empresa. "A Samarco também realiza inspeções próprias, conforme Lei Federal de Segurança de Barragens, e conta com equipe de operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação, de forma imediata, de qualquer anormalidade."

Como ajudar?

A prefeitura informou que já recebeu um grande número de colchões, cobertores e roupas e que novas doações desses objetos não são mais necessárias. A prioridade agora é recolher doações de escovas de dentes, toalhas de banho, copos, talheres e pratos descartáveis, além de água potável.

Os materiais devem ser entregues no Centro de Convenções Alphonsus Guimaraens, localizado na avenida Getúlio Vargas, s/n, Centro. Para receber doações de fora de Mariana, a prefeitura abriu uma conta no Banco do Brasil, com o CNPJ 18.295.303/0001-44. A agência é 2279-9 e a conta corrente, 10.000-5.

* Com informações do Estadão Conteúdo

Vídeo mostra rompimento de barragem e desespero

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