Após MP entrar na Justiça, Samarco anuncia ajuda às famílias de Barra Longa
Um dia após o MP ter anunciado uma ação civil contra a mineradora Samarco, a empresa informou, nesta sexta-feira (11), que entregou cartões de auxílio financeiro a 50 famílias que perderam sua fonte de renda na cidade de Barra Longa (MG), localidade atingida pela lama que vazou da barragem de Fundão, no dia 5 do mês passado, em Mariana (MG). A distância entre os dois municípios é de pouco mais de 60 quilômetros.
Os atingidos pelo desastre nesse município não tinha sido elencados como beneficiários do auxílio como os moradores de localidades de Mariana.
Segundo a empresa, as famílias de Barra Longa que perderam a sua fonte de renda receberão mensalmente, e em caráter temporário, um salário mínimo, acrescido de 20% desse valor por dependente, mais uma cesta básica de R$ 338,61.
A empresa informou por meio de nota que os créditos serão colocados à disposição até o 5º dia útil de cada mês. Nesse primeiro pagamento, o valor será retroativo ao dia 5 de novembro, dia do rompimento da barragem.
“A entrega continua sendo feita até que todos os núcleos familiares sejam atendidos”, trouxe o informe. No entanto, não há menção ao número total de famílias que serão contempladas.
Ainda conforme a mineradora, que é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP, as pessoas poderão fazer compras em estabelecimentos comerciais de Barra Longa, Ponte Nova, Mariana e Ouro Preto.
A Samarco salientou que esse auxílio “não representa nenhuma indenização por perdas e danos”.
As famílias que foram atingidas direta ou indiretamente, ou tiveram sua renda afetada pelo rompimento da barragem são alvo do auxílio, conforme a empresa.
“Serão atendidos os núcleos familiares acolhidos em casas de parentes ou amigos e aqueles acomodados nos hotéis ou moradias temporárias, incluindo dependentes de qualquer idade, como tio, avô, irmão e filhos”.
Conforme o boletim, um estudo está sendo feito para incluir no auxílio financeiro os produtores rurais e as pessoas que não tiveram suas casas atingidas, mas ficaram isolados.
Ação
O promotor Guilherme de Sá Meneghin, da Comarca de Mariana, disse ter entrado com uma ação civil na Justiça, nesta quinta-feira (10), contra a Samarco e suas controladoras, após a mineradora ter se recusado a assinar um acordo de auxílio e reparação às vítimas de Mariana.
Nela, o promotor exige que as empresas reparem financeiramente as vítimas da tragédia em Mariana, cerca de 300 famílias.
Há a exigência de um plano emergencial que repasse às famílias o valor de R$ 1.500, a título de auxílio financeiro, acrescido de 30% desse valor por cada dependente. O MP ainda quer que as famílias sejam transferidas de hotéis e pousadas para moradias alugadas pela empresa até o dia 24 deste mês.
Além disso, a mineradora deverá apresentar um plano definitivo sobre o futuro dos atingidos, com indenizações negociadas e a reconstrução dos locais destruídos.
Por sua vez, a empresa afirmou que “continua aberta ao diálogo com o MP e reforça que continua prestando auxílio humanitário às comunidades de Mariana”.
A Samarco iniciou, no dia 30 do mês passado, a distribuição dos cartões de auxílio financeiro a famílias das localidades de Bento Rodrigues, Paracatu, Pedras, além de Camargos e Ponte do Gama, em Mariana. O valor e as datas de recebimento são idênticos ao auxílio ora dado às famílias de Barra Longa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.