PF e Gaeco fazem operação contra grupo que desviava armas para o PCC
A Polícia Federal e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) realizaram na manhã de hoje a Operação Baal para desmantelar quadrilhas que atuam nas modalidades "novo cangaço" e "domínio de cidades" e desviavam amas para o crime organizado.
São grupos de criminosos especializados em roubos a bancos e outras instituições financeiras. Os assaltantes geralmente usam explosivos para arrombar cofres e também armas potentes - como fuzis e metralhadora 50, capazes de perfurar blindados e derrubar aeronaves - para sitiar cidades.
Segundo o Gaeco, a força-tarefa deflagou a operação em São Paulo, Bahia, Maranhão e Piauí para desarticular a organização criminosa. As armas eram fornecidas por CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores).
Foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão e outros 13 de prisão temporária em São Paulo, Piracicaba, Buri, Xique-Xique (BA), Timon (MA) e Corrente (PI). A Justiça também determinou o sequestro de R$ 4 milhões das organizações criminosas.
Os agentes prenderam os 13 acusados, sendo oito deles em São Paulo. Entre os suspeitos, ao menos quatro eram CACs, de acordo com as investigações.
A investigação teve início a partir de informações sobre uma tentativa de roubo em abril de 2023 em Confresa (MT). Vários criminosos foram presos e outros mortos. Um dos assaltantes morava em São Paulo e, segundo a PF, integrava o PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das principais facções cirminosas do país.
A PF apurou que outras ações semelhantes foram financiadas por integrantes do PCC que também atuam no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As armas e munições eram fornecidas à organização pelos que se definem como CACs.
Principais ladrões já estavam presos em SP
Alguns dos principais ladrões do "novo cangaço" e "domínio de cidades" estão na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). A SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) queria transferir os detentos para presídios federais, por medo de resgate, mas a Justiça negou os pedidos.
Os criminosos são considerados de altíssima periculosidade e têm longas condenações. Veja abaixo quem seriam os resgatáveis, segundo a SAP:
- .Marcelo Tadeu Correa, o Gudi, condenado a 62 anos. Roubo de R$ 191 mil em pedras preciosas em Pirassununga (SP) em 6/8/2004.
- Leandro Charias da Silva, o Nego Charias, condenado a 16 anos. Roubo de R$ 234 mil da Caixa Econômica Federal no MS em 15/7/2019.
- Francisco Teotônio Pasqualini, o Véio, condenado a 52 anos e 8 meses. Roubo de R$ 117,3 milhões em ouro do Aeroporto de Guarulhos em 25/7/2019.
- Elinelson Alexandre Ferreira, o Pinga, condenado a 7 anos. Tentativa de roubo de R$ 90 milhões de bancos em Araçatuba em 30/8/2021.
- Cláudio Alves Cruz, condenado a 33 anos. Roubo de R$ 4,2 milhões em joias da CEF de Araraquara em 24/11/2020.
- Charles Feliciano Batista, condenado a 18 anos e 6 meses. Roubo de US$ 11,8 milhões da Prosegur no Paraguai em 24/4/2017.
- Carlos Willian Marques de Jesus, condenado a 66 anos e 8 meses. Roubo de R$ 2 milhões do Banco do Brasil de Botucatu em 30/7/2020.
- Carlos Wellington Marques de Jesus, condenado a 97 anos e 9 meses. Roubo de R$ 15 milhões da Serv-San em Teresina (PI) em 11/12/2016.
- Arnon Afonso da Silva Vieira, condenado a 20 anos e 5 meses. Roubo de R$ 27,3 milhões de bancos em Passos (MG) em 11/4/2018; roubo de R$ 1,7 milhão em joias da CEF de Pa. Passos (MG) em 11/43/2018.
- Aleixo Gomes de Jesus, condenado a 55 anos e 4 meses. Roubo de R$ 657 mil em eletrônicos em Campinas em 14/05/2012; roubo de R$ 1,4 milhão em eletrônicos em Campinas em 21/01/2013.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos citados acima. O espaço continua aberto para manifestações.
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