Bombas de escoamento da água de Porto Alegre começam a funcionar
Porto Alegre recebeu nove bombas para escoar a água das chuvas, que inundou a cidade nos últimos dias. Duas delas já estão em funcionamento.
O que aconteceu
A Sabesp, companhia de saneamento básico de São Paulo, emprestou as nove bombas à capital gaúcha. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, os equipamentos são de ''alta capacidade'' e serão instalados na região do aeroporto e nos bairros Sarandi e Humaitá.
As bombas podem drenar cerca de 2 mil litros de água por segundo. Por hora, serão 7,2 milhões de litros. Apesar disso, a prefeitura diz que não há uma 'previsão sobre o tempo em que toda a água da cidade será escoada.
Duas bombas flutuantes já estão em funcionamento no Sarandi. A água está sendo direcionada para ao rio Gravataí e ao Guaíba. A primeira delas iniciou trabalho durante o final de semana e a segunda, ontem.
Por que as bombas são necessárias?
O sistema de proteção de Porto Alegre contra possíveis cheias do Guaíba possui diversos mecanismos. No entanto, não funcionaram como deveriam na última enchente. Com a chuva que alagou a cidade toda, a água agora precisa sair e são as bombas que farão isso — de dentro para fora.
Mecanismo envolve cerca de 65 km de diques e um muro de concreto de 2,67 km. Além disso, são 14 portões (comportas) e 22 estações de bombeamento de esgoto pluvial.
Sistema ficou 51 anos sem que a água do rio Jacuí tocasse o muro, até novembro de 2023. Ele foi criado em 1967 e construído na década de 1970.
Como as bombas funcionam?
O equipamento consiste em um conjunto de motobomba, que é capaz de retirar a água de um lugar para o outro, com energia elétrica, mecânica e hidráulica, segundo Fernando Magalhães, engenheiro sanitarista e professor do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Este motor tem um eixo com várias pás em uma carcaça e, ao fazer a rotação, consegue elevar a água [para que ela possa sair], já que ela não sobe por gravidade. Então, o equipamento tira a água de um lugar inferior para outro superior
Fernando Magalhães, professor do IPH
Números da tragédia no RS
O estado tem 161 mortos, 85 desaparecidos, 806 feridos e 464 municípios afetados pelas chuvas. A informação é de boletim da Defesa Civil, das 9h desta terça-feira (21).
Há 2,3 milhões de pessoas afetadas no estado. Dessas, 581 mil estão desalojadas e 72,5 mil estão alocadas em abrigos.
Deixe seu comentário