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Polícia Civil vai à Justiça em Ourinhos contra a PM por imagens de morte de jovem

Brian da Silva, jovem que foi morto pela PM em Ourinhos - Reprodução/Facebook
Brian da Silva, jovem que foi morto pela PM em Ourinhos Imagem: Reprodução/Facebook

Wagner Carvalho

Colaboração para o UOL, em Bauru

13/06/2016 19h41

A Polícia Civil de Ourinhos (a 374 km de São Paulo) informou que vai acionar a Justiça para ter acesso às imagens de um circuito de segurança que registraram toda a ação de uma abordagem policial que acabou na morte de um jovem de 22 anos na quarta-feira (8). O delegado responsável pelo caso informou que essas imagens são essenciais para a investigação.

O delegado João Beffa, responsável pelas investigações, disse que há dias solicita ao comando da PM (Polícia Militar) no município a entrega das imagens, mas sem resultado. Várias testemunhas foram ouvidas no caso, inclusive parentes da vítima. No entanto, A polícia não ouviu ainda o comando da PM em Ourinhos, nem o policial envolvido no crime.

A reportagem tentou entrar em contato com a o comando 31º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) e com a assessoria de imprensa da PM em São Paulo, mas não obteve resposta sobre os motivos para a demora na entrega das imagens.

O policial que fez o disparo foi preso em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, de acordo com informações da PM de Ourinhos, e encaminhado ao presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.

Entenda o caso

Brian Cristian Bueno da Silva, 22 anos, morador de Santa Cruz do Rio Pardo, cidade vizinha a Ourinhos, estava com mais quatro amigos em um veículo trafegando pela avenida Jacinto Ferreira de Sá, via de acesso a uma feira agropecuária que acontecia no município.

Segundo a comandante do 31º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I), tenente-coronel Cenise Araújo Calasans, um dos policiais avistou o carro ocupado pelos jovens seguindo em direção à feira e deu ordem de parada ao motorista, que obedeceu.

“Os policiais observaram que os indivíduos que estavam dentro do carro pegavam cones de sinalização de rua e tiravam do posicionamento”, afirmou.

Durante a abordagem, de acordo com a coronel Calazans, um segundo policial se posicionou ao lado do colega, com arma em punho e determinou que os jovens saíssem do carro para que fosse iniciada uma vistoria pessoal e a vistoria no veículo.

De acordo com os amigos que estavam com Silva no veículo, ao avistar o policial com a arma em punho, ele ergueu os braços para mostrar que não tinha armas. Foi nesse momento que ocorreu o disparo, que atingiu o pescoço do jovem.

A comandante do batalhão conta que o soldado alegou que estava com a arma em posição de segurança, com o cano apontado para baixo. Como a vítima estava sentada, o projétil atingiu seu pescoço e saiu abaixo do braço esquerdo.

“O policial não declara que teria acionado o gatilho. E também não teria nem motivo para fazer isso porque os jovens não se recusaram a sair do carro ou tentaram fugir. Foi uma coisa muito rápida”, diz a comandante da PM.

Nenhum dos ocupantes do veículo tinha passagem pela polícia. Brian Silva era funcionário da Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo e morreu antes de chegar à Santa Casa de Ourinhos.