Justiça arquiva novamente investigação sobre morte da mãe do menino Bernardo
A Justiça do Rio Grande do Sul arquivou novamente investigação sobre a autoria da morte da mãe do menino Bernardo, Odilaine Ugliane, em 2010, na cidade de Três Passos, no norte gaúcho. A determinação, datada desta terça-feira (23), avalia que as novas perícias não encontraram qualquer elemento que afaste a possibilidade de Odilaine ter atentado contra a própria vida.
Odilaine morreu em 10 de fevereiro de 2010, vítima de um disparo de arma de fogo na cabeça, durante discussão com o ex-marido, o pai de Bernardo, Leandro Boldrini. O crime ocorreu dentro de seu consultório médico.
Na época, o inquérito policial apontou que ela cometeu suicídio, sendo arquivado meses depois. Após o assassinato de Bernardo, em abril de 2014, sua avó materna, Jussara Uglione, solicitou a reabertura das investigações, com base em um parecer técnico de peritos particulares que apontavam que a carta suicida deixada pela vítima teria supostamente sido redigida pela secretária de Leandro. Ainda conforme os peritos contratados, haveria uma terceira pessoa dentro do consultório no momento do crime.
No ano passado, o MP solicitou a reabertura do caso e um delegado foi destacado especialmente para conduzir as novas investigações. Após diligências, a polícia concluiu novamente que a morte se deu por suicídio.
A decisão do novo arquivamento é da juíza Vivian Feliciano, da 1ª Vara da Comarca de Três Passos. Em seu despacho, a magistrada avalia que as inconformidades levantadas pela família de Odilaine não trouxeram elementos novos, desconhecidos da autoridade policial, a serem investigados, tampouco, mostram-se suficientes para afastar o conjunto de provas que apontam para o suicídio da vítima.
Em dezembro de 2015, foi feita a reconstituição da morte de Odilaine dentro do consultório de Leandro - que é réu pela morte de Bernardo e está preso, aguardando julgamento, na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas). O próprio ex-marido participou da simulação dos fatos feita pelos peritos.
Em março deste ano, dez meses após a reabertura do inquérito, a polícia concluiu pelo suicídio. "Nós verificamos de forma criteriosa, através da realização de diversas oitivas, muitas longas e complexas, e não surgiu nenhum elemento que corroborasse o entendimento de um crime contra a vida", comentou, na época, o delegado Marcelo Lech.
Odilaine possuía um histórico de problemas psicológicos e teria atentado contra a própria vida em outras duas ocasiões. A trajetória da bala que atravessou seu crânio também foi refeita, fazendo com que se chegasse à conclusão que ela mesma puxou o gatilho, naquela tarde de 10 de fevereiro, dentro do consultório de Leandro.
A reportagem tentou contato telefônico com o advogado da família de Odilaine, Marlon Taborda, mas não obteve retorno.
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