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No Brasil, 57% concordam que "bandido bom é bandido morto", diz Datafolha

Carro da Polícia Civil de São paulo atende a uma ocorrência em empresa de valores - Denny Cesare/Estadão Conteúdo
Carro da Polícia Civil de São paulo atende a uma ocorrência em empresa de valores Imagem: Denny Cesare/Estadão Conteúdo

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

02/11/2016 07h00

A famosa definição de que “bandido bom é bandido morto” tem a concordância de 57% da população brasileira, segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (2), contratada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados fazem parte do 10° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta quinta-feira (3).

O número é sete pontos percentuais maior que o da pesquisa de 2015, quando 50% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que "bandido bom é bandido morto.Porém, no ano passado, a pesquisa foi feita apenas nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Agora, pela primeira vez, foi traçado um panorama nacional da percepção sobre o tema.

Ainda entre os entrevistados, 34% afirmaram discordar da afirmação; 6% não concordam, nem discordam; e 3% disseram que não saberiam responder.

Segundo Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a revelação mais forte da pesquisa de 2016 é que o percentual que concorda com a frase cresce nas cidades menores. “Notamos que essa crença se dá com força mais robusta nos municípios com menos de 50 mil habitantes. É um dado inédito”, disse.

Para Lima, há uma explicação para essa diferença. “Em geral, os dados nos remetem a duas polícias diferentes: uma polícia que atende a grandes cidades, e outra que atende a municípios menores. Nos menores, a polícia parece que é mais conhecida, tem um envolvimento maior com as pessoas; quando a violência chega, assusta de forma mais intensa, o que acaba gerando mais adeptos a essa teoria. No caso das grandes cidades, existe um distanciamento de polícia e sociedade.”

Diferenças

A pesquisa também mostra percepções diferentes de acordo com alguns estratos sociais. Por exemplo: a morte de bandidos é defendida por 60% dos homens e 55% das mulheres.

A diferença também existe entre os níveis de escolaridade. Para quem tem até o nível fundamental, essa concordância chega a 62%, caindo para 57% entre os que têm nível médio e 50% entre os de nível superior.

Em termos regionais, Norte e Sul são os que apresentam maior grau de concordância com a afirmação: 61%. O Sudeste tem o menor, com 53%. No Nordeste, esse índice ficou em 60% e no Centro-Oeste, 59%.

Já com relação à faixa etária, os jovens se demonstram mais tolerantes. Entre 16 e 24 a nos, o índice de concordância à morte de bandidos é de 54% e vai subindo até a faixa de 60 anos ou mais, onde o grau de concordância chega a 61%.

Para a pesquisa foram ouvidas 3.625 pessoas, em 217 municípios, entre os dias 1º e 5 de agosto. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos.