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Em dia de protestos, Porto Alegre tem trens depredados, queima de pneus e bombas de gás

Manifestantes protestam na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) - Roberto Vinicius/Estadão Conteúdo
Manifestantes protestam na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Imagem: Roberto Vinicius/Estadão Conteúdo

Flávio Ilha

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

25/11/2016 09h59

O Dia Nacional de Lutas convocado por centrais sindicais e entidades estudantis contra a PEC do Teto, que tramita no Senado e limita os gastos públicos, provocou confrontos e bloqueios de vias em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira (25). O episódio mais grave envolveu a depredação de dois trens do sistema de metrô da região metropolitana, cujos funcionários aderiram à paralisação. O movimento não afetou o transporte por ônibus.

Piquetes de ferroviários se aglomeraram em frente à garagem dos trens a partir das 5h. Decisão da Justiça do Trabalho determinou que o serviço fosse mantido nos horários de pico, durante 5h30 e 8h30, mas os trabalhadores se recusaram a cumprir a ordem. Os trens só circularam depois das 7h30, com segurança reforçada pela Brigada Militar, mas voltaram a parar às 10h.

Não há garantia de que o serviço volte a operar no horário de pico da tarde, das 17h30 às 20h30. As catracas, além disso, foram liberadas pelos metroviários e os intervalos entre os vagões chegou a 10 minutos. O serviço de ônibus intermunicipal foi reforçado, mas não conseguiu evitar os atrasos e congestionamentos no trânsito.

O Dia Nacional de Lutas tem como alvo a PEC 55, que limita os gastos do governo à inflação do ano anterior e pode representar corte de recursos para áreas essenciais como saúde e educação. Além disso, os sindicalistas e estudantes querem a retirada da medida provisória 746, que promove uma reforma no ensino médio. Também querem barrar as reformas da Previdência e trabalhista, que estão sendo articuladas pelo governo.

Por volta das 6h, dezenas de estudantes realizaram um protesto na avenida Bento Gonçalves em frente ao Campus Agronomia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Os manifestantes levantaram cartazes com frases em apoio às ocupações --40 cursos da Universidade estão com os prédios controlados pelos estudantes-- e atearam fogo em pneus no meio da via.

protesto em porto alegre - Roberto Vinicius/Estadão Conteúdo - Roberto Vinicius/Estadão Conteúdo
Os manifestantes atearam fogo em pneus no meio da via
Imagem: Roberto Vinicius/Estadão Conteúdo

Por volta das 6h30, outra manifestação começou em frente ao campus da PUC-RS, na avenida Ipiranga, causando congestionamento na região. No campus central da UFRGS, também houve bloqueio de vias e queima de pneus. As manifestações foram dissolvidas pela Polícia com bombas de gás.

Lideranças sindicais, além disso, se concentraram no largo da Rodoviária e iniciaram uma marcha a partir das 8h30 em direção ao Centro da cidade. Duas pistas da avenida Mauá, que liga Porto Alegre à região metropolitana, foram tomada pelos manifestantes, em pequeno grupo – que se concentrou em frente à agência central do INSS. A Brigada Militar acompanhou a caminhada, mas não houve confronto.

Servidores públicos estaduais também estão parados, em protesto contra o pacote de cortes anunciado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) na última segunda-feira (21). As manifestações devem continuar durante todo o dia e vão culminar com um ato a partir das 18h na Esquina Democrática, centro da capital.