Agressor diz que pastor Valdemiro o "desafiou"; advogado alega insanidade
O ajudante-geral Jonatan Gomes Higino, 20, preso em flagrante no domingo (8) acusado de esfaquear o apóstolo Valdemiro Santiago durante um culto na Igreja Mundial do Poder de Deus, será encaminhado nesta segunda-feira (9) ao CDP (Centro de Detenção Provisória). Ele passou por uma audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, no início da tarde. O juiz decretou a sua prisão preventiva.
Descalço, vestindo uma camisa azul rasgada, o rapaz foi acompanhado pelo advogado Sindbad Thadeu Focaccia, que contou à reportagem do UOL que alegará incidente de sanidade mental ao juiz da Vara do Júri, o qual ficará responsável por julgar o caso. “Ele tem claros problemas psicológicos e precisa ser acompanhado por profissionais”, defendeu.
Jonatan afirmou durante a audiência que Valdemiro Santiago o desafiou durante uma pregação. “Ele me desafiou, me insultou e tentou me matar com a palavra dele. A lei é santa”, disse ao juiz Cláudio Juliano Filho.
Ele disse ainda que costuma frequentar a Cidade Mundial dos Sonhos de Deus, que fica no Largo do Socorro, em Santo Amaro, mas que não tem religião. “Minha religião é Jesus”, disse.
Aos agentes da Polícia Civil, ele havia contado que cinco meses atrás assistiu a um culto no local e que Valdomiro Santiago havia olhado para ele e dito: “vamos crucificar ele”. Há 15 dias, o jovem passou por uma casa na cidade de Santana do Parnaíba e avistou no quintal o facão de 47,5 centímetros com que tentou matar o apóstolo.
No final do culto que aconteceu na manhã do domingo (8), foi à sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, situada no Brás, centro de São Paulo, esperou o momento em que os fiéis fazem fila para serem abençoados por Valdomiro no final do culto e desferiu três golpes contra o religioso, que foi socorrido e já se recupera em casa.
Jonatan contou que há três anos mora sozinho em uma casa que ele invadiu no bairro de Cristal Park, em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Antes disso, morava com a mãe em Itapevi, também na Grande São Paulo, mas fugiu de casa para morar na rua após uma briga com os irmãos. “Antes eu morava em um abrigo, um lar, em Itapevi. Mas minha mãe foi lá me buscar para morar com ela e com os meus irmãos. Eles me deixavam passar fome, aí eu saí de casa”, disse.
Solteiro e sem filhos, trabalha como ajudante de pedreiro e capinando mato. Afirmou ter estudado até a oitava série do ensino fundamental e disse que sabe “ler e escrever”.
Não havia familiares de Jonatan no Fórum Criminal da Barra Funda durante a audiência de custódia dele.
Na ocasião, o juiz Cláudio Juliano Filho afirmou que não cabia a ele julgá-lo e que o caso seria encaminhado a um juiz da Vara do Júri, que cuida de casos relacionados a homicídios e tentativa de homicídio. Até que haja uma definição, o jovem deve aguardar em prisão preventiva em um dos CDPs da capital paulista –a definição do local ficará a cabo da SAP-SP (Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo).
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