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Chacina em baile funk foi motivada por disputa entre facções do RN, diz polícia

Eriely Amanda, de 21 anos, uma das vítimas de chacina em baile funk em Mossoró (RN) - Reprodução/Facebook
Eriely Amanda, de 21 anos, uma das vítimas de chacina em baile funk em Mossoró (RN) Imagem: Reprodução/Facebook

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

25/03/2017 17h37Atualizada em 25/03/2017 17h42

A chacina que terminou com a morte de cinco pessoas que estavam em um baile funk, em Mossoró (RN), no último dia 11, foi motivada por uma disputa entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime, segundo investigações da Polícia Civil. Além das cinco mortes, seis pessoas foram baleadas por homens encapuzados e armados que invadiram o local.

A polícia diz ter chegado à motivação do crime após prender na última quarta-feira (22) dois suspeitos de comandarem a chacina. Segundo a polícia, foram presos Francisco Joenilson da Silva, 24, e Felipe Martins dos Santos, 23. Um terceiro suspeito foi identificado, mas ainda está foragido e não teve o nome divulgado.

Ainda conforme a versão da polícia, os suspeitos integram a facção criminosa Sindicato do Crime e teriam confessado o crime. Eles teriam tramado a chacina com o objetivo de matar integrantes da facção rival.

"O crime foi praticado por quatro ou cinco pessoas, ainda estamos com as investigações em andamento ", disse o delegado Rafael Arraes.

O delegado afirmou que o baile funk foi organizado para receber Eduardo Nunes Farias, 19, que seria uma nova liderança do PCC na cidade. Ao saber da festa, membros do Sindicato do Crime planejaram o assassinato de Farias.

“O alvo específico seria Eduardo e as demais vítimas, segundo os acusados, foram vítimas de bala perdida. Eles dispararam na multidão após matarem o Eduardo”, disse o delegado.

A Polícia Civil informou que Francisco Joenilson da Silva, 24, foi preso durante uma abordagem a um imóvel no bairro Santo Antônio, em Mossoró. Na mesma noite, a polícia prendeu Felipe Martins dos Santos, 23, conhecido como “Playboy”. Ele estava com uma escopeta calibre 12, dez quilos de maconha, três coletes balísticos e um carro roubado, segundo a polícia.

O delegado disse que os suspeitos ainda não têm advogado constituído e que um defensor público deve fazer a defesa. Entretanto, o nome desse defensor ainda não foi definido.

O crime

Testemunhas relataram à polícia que cinco homens armados e encapuzados invadiram a casa de eventos Aeroporto 2, por volta das 23h do último dia 11. Segundo testemunhas, ao perceber que a casa de eventos havia sido invadida, Eduardo Nunes Farias tentou sair do local correndo, mas foi perseguido por criminosos e alvejado por tiros no quarteirão vizinho à casa de eventos.

Além de Eduardo, também morreram Eriely Amanda de Sousa Neves, 21, Israel Gomes Bezerra, 19, Kaynan Gomes, 16, e Jociê Morais da Fonseca, 20.

Eriely estava próximo ao banheiro da casa de eventos quando foi atingida por um tiro na cabeça e morreu no local. Ela era recém-casada e tinha uma filha de três meses de idade.