Atirador preparava atentado contra procuradores do RN desde 2013
O ex-assessor do Ministério Público Estadual que atirou contra três procuradores do Rio Grande do Norte deixou uma carta relatando que se preparava desde o mês de abril de 2013 para praticar o crime. Guilherme Wanderley Lopes Silva, 44, é acusado de atentar contra a vida do procurador-geral do Estado, Rinaldo Reis, e atirar no procurador-adjunto Jovino Sobrinho e no promotor de Justiça Wendell Agra. No texto, o procurador-geral e o adjunto são destacados como principais alvos do atentado.
O crime aconteceu sexta-feira (24). Silva entrou na sala de Reis, na Procuradoria-Geral do RN, em Natal, por volta das 11h e atirou contra as três vítimas. Os tiros atingiram o procurador-adjunto Jovino Sobrinho e no promotor de Justiça Wendell Agra. O disparo contra o procurador-geral do Estado, Rinaldo Reis, atingiu a parede. Na sala estavam ainda outros seis promotores de Justiça, que conseguiram fugir. Silva se entregou à polícia neste sábado (25). Também neste sábado, ele foi exonerado do cargo comissionado de assessor jurídico na 1ª Procuradoria de Justiça.
O procurador e o promotor foram operados e estão em estado de saúde estável.
Crime premeditado
Trechos da carta foram divulgados pelo Ministério Público neste sábado (25). A carta foi deixada por Silva na sala de Rinaldo Reis. Nela, ele sugere como seria o crime, além de dar nomes às vítimas do atentado. O delegado Renê Lopes, titular do 5º DP, afirmou em entrevista ao UOL, que devido a esse fato a polícia tem convicção de que o atentado foi premeditado.
Em um dos trechos, Silva diz que “a espera para esse Dia D tem sido um misto de angústia e até uma certa satisfação. Afinal, são mais de três anos esperando (desde abril de 2013).(...) Mas, satisfação porque pedi a Deus e, pelo que percebi, ele me mostrou esse caminho".
No mesmo texto, o ex-assessor traça ainda um perfil criado por ele sobre Reis e o chama de "sujo", "ruinaldo" e que é a "personificação do câncer". O autor escreve os dois procuradores pedem “desculpas às famílias que destruí e o tempo sem trabalhar, tendo em vista que usei o tempo para prática de crimes e atos de improbidade administrativa, principalmente contra os procuradores de Justiça e seus assessores.”
O MPE informou que o servidor nunca se afastou por motivo de saúde e desconhecia que ele poderia ter algum transtorno psiquiátrico. Imagens do circuito interno captaram o momento em que o atirador saiu no prédio. Ele estava vestindo calça jeans, blusa cinza e um casaco branco, onde escondia a arma. Ele teve acesso ao prédio sem passar pelo portal de detector de metal, pois no acesso de servidores do MPE ao prédio não ocorre revista para detectar a posse de armas de fogo.
Na fuga, o atirador confundiu os seguranças do Ministério Público Estadual dizendo que um "homem estava atirando em todo mundo dentro do prédio", na tentativa de despistar e fugir. Mesmo assim, o atirador ainda chegou a ser abordado por um segurança no estacionamento do MPE, já dentro do carro. Houve troca de tiros e Silva conseguiu fugir no seu veículo.
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