Topo

Cunhado que denunciou pedofilia é principal suspeito de matar pastor no Rio

O pastor Custódio Gonçalves, que foi  morto a tiros durante a realização de um culto em uma igreja evangélica em Itabora - Arquivo pessoal
O pastor Custódio Gonçalves, que foi morto a tiros durante a realização de um culto em uma igreja evangélica em Itabora Imagem: Arquivo pessoal

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

27/03/2017 20h16

A Polícia Civil do Rio identificou um suspeito de ser o mandante do crime que terminou com a morte do pastor Custódio Gonçalves, 59, em Itaboraí, na região metropolitana do Estado, na noite de domingo (26). A vítima foi morta a tiros durante um culto na Assembleia de Deus Ministério Apascentando Ovelhas, no bairro Santo Antônio.

Segundo o delegado Fábio Barucke, da Divisão de Homicídios da região, o principal suspeito é Elias Martins, cunhado do pastor. A motivação do crime seria um suposto abuso sexual cometido pelo religioso contra o filho de dois anos do suspeito.

"Estamos trabalhando com a hipótese de que Elias é o mandante do crime. No dia 22, ele fez um boletim de ocorrência contra o pastor e afirmou que seu filho foi vítima de abuso. Testemunhas também mencionaram um problema entre os dois”, disse o delegado.

Elias Martins já havia ficado sete meses preso, acusado de matar a ex-mulher, a mãe da criança. No entanto, ele foi solto há pouco tempo por falta de provas. No período em que permaneceu na cadeia, a guarda da criança foi dada à irmã de Elias, casada com o pastor. Segundo o delegado Fábio Barucke, a esposa do religioso não acredita que o marido tenha cometido os abusos.

No momento do crime, Martins estava em uma igreja que não costumava frequentar. Em depoimento à polícia, ele negou participação no crime e atribuiu a morte do pastor a traficantes da região. “Ele disse que traficante não perdoa pedófilo e que bandidos teriam mandado matar o pastor. Ele disse que queria apenas que ele fosse preso e não morto”, contou o delegado responsável pela investigação.

O suspeito prestou depoimento, sem presença de advogados, e foi liberado no início da tarde desta segunda-feira (27). O UOL não conseguiu entrar em contato com ele para falar sobre o assassinato do pastor e sobre o B.O. aberto para denunciar o suposto caso de pedofilia, que está sendo investigado no 71º DP.

Agentes da Divisão de Homicídios estão em busca de câmeras de segurança que possam ajudar a esclarecer o caso. Uma perícia já foi feita na igreja, e testemunhas prestaram depoimento. O celular do suspeito foi apreendido. 

De acordo com a polícia, um homem encapuzado entrou na igreja e atirou contra o pastor. A vítima morreu no local, e o atirador fugiu.