Greve parcial de trens em SP prejudica 780 mil passageiros
A greve parcial de funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) prejudica ao menos 780 mil passageiros nesta terça-feira (11). O sindicato dos trabalhadores que operam as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa não aceitaram a oferta da empresa de parcelar o pagamento do PPR (Programa de Participação de Resultados). Em negociação no ano passado, havia sido acertado que o pagamento seria feito em parcela única, no último dia 31 de março.
A linha 7- Rubi funciona com velocidade reduzida, com maior tempo de parada entre as estações Francisco Morato, na Grande São Paulo, e Palmeiras-Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. Os trens estão sendo operados por supervisores. A integração com o metrô é feita apenas na estação Palmeiras-Barra Funda.
Na mesma linha, o restante do percurso, entre as estações Francisco Morato e Jundiaí, está sendo feito por meio de ônibus.
Já a linha 10-Turquesa --que faz o trajeto entre as estações Brás, no centro paulistano, e Rio Grande da Serra, na região metropolitana-- está paralisada.
Os outros dois sindicatos, que representam os trabalhadores das outras quatro linhas --8-Diamante, 9-Esmeralda, 11-Coral e 12-Safira--, aceitaram o parcelamento do PPR. Elas funcionam normalmente nesta terça-feira.
Nova assembleia
Os funcionários das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que vai fazer nova assembleia às 15h desta terça (11) para avaliar a continuidade da mobilização.
A CPTM havia se comprometido a pagar o PPR em 31 de março, mas alegou não ter condições financeiras para fazê-lo integralmente na data. Em nota divulgada esta noite, a empresa chamou de "irresponsável" a decisão favorável à greve (leia a íntegra abaixo).
"Nós tínhamos um acordo assinado pela empresa e ela o descumpriu", disse o presidente do sindicato, Eluiz Matos, ao justificar a decisão dos trabalhadores de manter a greve.
Ao UOL, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni disse que espera até, o final do dia, o sistema volte a operar normalmente. "Espero que prevaleça o bom-senso".
O governo não irá fazer uma nova proposta, mas as negociações continuam. Em função disso, o sindicato acredita que a paralisação será mantida. "O governo não abriu negociação até agora", comentou Mauricio Alves de Matos, vice-presidente da entidade. Os funcionários do turno da tarde não estariam dispostos a trabalhar. "Quem está trabalhando é do turno da noite, desde as 22h [de segunda]", disse.
Segundo Pelissioni, o governo tem dito ao sindicato que a greve é ilegal e que os funcionários que não se apresentarem para o trabalho terão o dia descontado do salário. O secretário ressalta que não há atraso no pagamento dos salários. "Acreditamos que o motivo da paralisação não tem nexo neste momento de crise econômica".
'Greve arbitrária'
Em comunicado divulgado na noite de segunda (10), a CPTM não só considerou "irresponsável" a decisão dos trabalhadores do sindicato das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, como também a classificou como "arbitrária". A companhia ainda afirmou que sua direção "buscou todas as formas e alternativas no sentido de chegar a um acordo com as entidades sindicais envolvidas".
"O pagamento da segunda parcela (50%) da PPR 2016 dos empregados será efetuado no dia 16/06/2017, com valor corrigido pelo índice IPC-Fipe acumulado nos meses de abril e maio deste ano, evitando qualquer prejuízo financeiro aos seus colaboradores. Mesmo após esse esforço financeiro, na assembleia realizada na noite desta segunda-feira (10), o sindicato das linhas 7 e 10 decidiu pela greve", diz a nota.
"A companhia lamenta a decisão arbitrária e espera que os empregados das linhas 7 e 10 atuem com bom senso, considerando a responsabilidade de garantir a prestação de serviço aos quase 780 mil usuários que utilizam diariamente os trens a para chegar ao trabalho, a escola, ao médico, a rede hospitalar, entre outros inúmeros compromissos assumidos."
Na sexta-feira, o desembargador Carlos Husek, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), concedeu liminar (decisão temporária) determinando que, em caso de paralisação, os sindicatos mantivessem 75% de trabalhadores nos horários de pico (4h às 10h, e 16h às 21h) e 60% nos demais horários. O descumprimento pode resultar em uma multa diária de R$ 100 mil.
O sindicato diz que, após a decisão da assembleia de paralisar os serviços, foi enviado um comunicado à CPTM pedindo a escala dos funcionários da terça-feira, mas que não houve resposta
*Colaborou Nathan Lopes, em São Paulo
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