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Atingido por urubu, avião retorna para Viracopos minutos após decolagem

O Aeroporto Internacional de Viracopos, na cidade de Campinas - Denny Cesare/Folhapress
O Aeroporto Internacional de Viracopos, na cidade de Campinas Imagem: Denny Cesare/Folhapress

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

04/05/2017 21h33

Um avião da Azul Linhas Aéreas teve que retornar ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (a 93 km de São Paulo), na tarde desta quinta-feira (4) após ser atingido por um urubu. Ninguém ficou ferido, mas a aeronave precisou passar por vistoria.

De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, o voo 4179, que tinha como destino Brasília, se chocou contra a ave cerca de 5 minutos após a decolagem, e já estaria sobrevoando o município de Vinhedo no momento da colisão.

O incidente aconteceu cerca de 18 dias após a morte por esquartejamento de quatro aves de rapina que ajudavam a espantar esse tipo de pássaro do terminal. Entretanto, a concessionária informou que o fato de a aeronave ter colidido com o urubu hoje não tem relação alguma com a morte das aves, já que duas delas foram substituídas e a colisão ocorreu fora do espaço aéreo do terminal.

Ainda segundo a concessionária, não foi necessária nenhuma medida de emergência e os passageiros foram acomodados em outra aeronave. A pista precisou ser fechada por cinco minutos para o pouso e depois foi liberada. O bloqueio da pista não prejudicou outros voos.

gaviões campinas - Divulgação / ABFPAR - Divulgação / ABFPAR
Gaviões e falcões treinados para reforçar o combate a acidentes aéreos foram esquartejados
Imagem: Divulgação / ABFPAR

Em nota, a Azul Linhas Aéreas informou que a aeronave que fazia o voo 4179 retornou para o aeroporto de origem depois de ser atingida pelo pássaro e que os clientes trocaram de avião e seguiram para o destino final.

A empresa afirmou ainda que “prestou toda assistência necessária aos clientes e que a aeronave passará por inspeção antes de retomar sua programação”.

Investigação

A Polícia Civil de Campinas continua investigando a morte de dois gaviões e dois falcões treinados para reforçar o combate a acidentes aéreos no Aeroporto Internacional de Viracopos. Até o momento, ninguém foi preso e os detalhes das investigações não foram divulgados.

As aves de rapina, que espantavam outros pássaros da região do terminal foram encontradas mortas por esquartejamento no mês passado, no poleiro onde ficavam. Esse tipo de ave costuma ser treinado para afugentar outros pássaros, como os urubus, que podem causar acidentes ao colidirem com os aviões.

De acordo com a ABFPAR (Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina), a utilização da falcoaria nos aeroportos reduz em 60% a probabilidade de colisões entre pássaros e aeronaves.

Ainda segundo a associação, aeroportos que ainda não adotaram a técnica registram uma média de 120 acidentes com pássaros por mês. No Brasil, além de Viracopos, a prática já foi adotada nos aeroportos da Pampulha e Confins (Belo Horizonte), Galeão (Rio de Janeiro), Salgado Filho (Porto Alegre), Eurico de Aguiar Salles (Vitória), Lauro Carneiro de Loyola (Joinville) e Val-de-Cans/Júlio Cézar Ribeiro (Belém).