Andreas von Richthofen era considerado aluno exemplar por professores
Um aluno brilhante, competente e que não hesitava em ajudar os outros. É assim que professores do IQ-USP (Instituto de Química da Universidade de São Paulo) definem o ex-aluno Andreas von Richthofen, que passou pela instituição entre os anos de 2005 a 2015.
Andreas é o irmão único de Suzane von Richthofen, presa desde 2002 pelo assassinato dos pais, Marísia e Manfred von Richthofen.
Ele foi encontrado em estado de surto em uma ação de rotina da Polícia Militar de São Paulo nesta terça (30). Apresentando sinais de uso de drogas e com roupas e cabelos em mau estado, Andreas tentava pular o portão de uma residência na região de Santo Amaro, zona sul da capital. Ainda ontem, foi internado em uma clínica psiquiátrica.
Hoje com 29 anos, Andreas é graduado em Farmácia e Bioquímica e possui doutorado em Química pela USP. Nos anos em que passou pela pós-graduação, foi orientado diretamente pelo professor doutor Cláudio Di Vitta, do Departamento de Química Fundamental do IQ-USP.
Vitta afirmou não ser capaz de dizer como Andreas chegou ao estado em que foi encontrado pelos policiais militares ontem e que há algum tempo não tem contato com o ex-orientando. Sobre os anos em que tiveram contato, o professor disse que o jovem farmacêutico sempre foi um aluno exemplar.
“Ele sempre foi uma pessoa excelente, afável, aluno exemplar. Não soube mais dele depois que terminou [o doutorado] e não me lembro qual foi a última vez que nos vimos”, disse em conversa com o UOL.
Vitta também disse que nunca houve uma conversa entre os dois sobre os rumos da vida acadêmica de Andreas após sua passagem pela USP. “Ele nunca me procurou para falar sobre isso”, disse.
Inteligência "acima do comum"
Liliana Marzorati, professora doutora do mesmo departamento, trabalhou com Andreas em um laboratório do IQ-USP. Ela afirmou que Andreas era uma pessoa “extremamente competente” e “um dos alunos mais brilhantes que já passaram por aqui”.
“Só tenho elogios para a pessoa dele. Foi um excelente colega, defendeu seu trabalho brilhantemente. Era muito cooperativo, dava assistência inclusive a alunos que tinham dúvidas na disciplina de química. Eu diria que ele é uma pessoa acima do comum, tanto em inteligência quanto em dedicação ao trabalho”, disse.
Assim como Vitta, a professora contou que nunca conversou sobre assuntos pessoais com Andreas. “Ele sempre evitou tocar nesse assunto. Imagino que seria doloroso para ele. Por uma questão de discrição, eu nunca conversei com ele sobre esse assunto, e outros colegas do laboratório também não”, contou.
Ela ainda afirmou que, após Andreas ter concluído o doutorado, os dois não mantiveram mais contato --o que, segundo ela, é algo normal no âmbito da pós-graduação.
“Quando os alunos terminam o doutorado normalmente eles seguem suas vidas, seja para a vida acadêmica ou seja para o setor produtivo. Então, a partir desse momento, a pessoa é totalmente autônoma. São gerações que se sucedem”, disse.
A professora, que assinou um artigo científico com Andreas, disse ainda não ter percebido nenhum tipo de empecilho dele com relação ao sobrenome. "Ele usava o nome, no artigo estava o nome normal", disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.