Megaoperação no Rio termina com 3 mortos, 24 presos e 21 carros apreendidos
Uma megaoperação no Rio de Janeiro desde a madrugada deste sábado (5) terminou com três suspeitos mortos, 24 detidos e 21 carros apreendidos. Batizada de Operação Onerat, a ação na zona norte tinha como objetivo o combate ao roubo de cargas e ao tráfico de drogas. Um policial morreu em um acidente de trânsito durante a ação.
A operação, parte da segunda fase do Plano Nacional de Segurança, envolveu tropas das Forças Armadas (3.600 do Exército e da Marinha), 360 policiais civis, 256 homens da Força Nacional de Segurança, 574 policiais militares, 115 policiais rodoviários federais e 26 policiais federais.
A ação foi focada na região do Complexo do Lins e nas comunidades Camarista Méier e São João, na zona norte carioca, e no Morro da Covanca, na zona oeste.
Mortes, presos e apreensões
Militares com roupas camufladas se posicionaram desde cedo nos acessos ao complexo do Lins, com as armas prontas para disparar.
Carros blindados e jipes bloqueavam o acesso ao local, onde quem entrava ou saía era submetido a controles de identidade, buscas por armas e revistas de pacotes. Moradores contaram que a chegada das tropas os acordou.
"Há um clima de tensão e medo. Quase ninguém conseguiu ir trabalhar", relatou Vanuza Barroso da Silva, de 23 anos.
A operação resultou em pelo menos três mortes de suspeitos. A versão oficial da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro é de que todas as mortes ocorreram em confrontos entre policiais e supostos criminosos.
Além disso, 24 pessoas foram detidas na operação. Destas, 18 possuíam um mandado de prisão e outras cinco foram presas em flagrante. Um foragido da Justiça também foi detido. Dentre os detidos, há dois adolescentes --as idades e as condições da detenção não foram divulgadas.
A Operação Onerat (que significa carga em latim) resultou ainda na apreensão de 21 carros, uma moto, três pistolas, duas granadas e quatro radiotransmissores. Foram também recuperadas cargas roubadas (entre elas material escolar, cosméticos e roupas) e drogas (quatro quilos de cocaína e 13 kg de maconha).
A ação faz parte da segunda fase de operação integrada coordenada pelo governo federal em parceria com as forças policiais do RJ, que marca a execução do Plano Nacional de Segurança.
Um policial morreu em acidente
Uma viatura da polícia carioca que transportava dois suspeitos se envolveu em um acidente com um ônibus na rua José Domingues, no bairro Encantado, na zona norte do Rio. Os policiais eram do BAC (Batalhão de Ação com Cães) e se deslocavam para a Cidade da Polícia com dois suspeitos.
No acidente, um policial militar não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o outro policial e os dois suspeitos ficaram feridos e foram levados para o Hospital Salgado Filho. Não há informações sobre o estado de saúde deles.
Crime cresceu 25%
O roubo de carga no Rio de Janeiro cresceu cerca de 25% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado e é uma das principais preocupações do governo. Ao todo, foram registradas 4.148 ocorrências entre janeiro e junho de 2016 contra 5.179 em 2017, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública.
No dia 28 de julho, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e os ministros da Defesa, Raul Jungmann (PPS), e da Justiça, Torquato Jardim, anunciaram um plano específico para combater o roubo de cargas.
Plano Nacional de Segurança
Desde a semana passada, ao menos 10 mil militares reforçam o policiamento no Estado, como parte do Plano Nacional de Segurança no Rio de Janeiro. Ocorrências de roubos de carga foram registradas após militares deixarem as ruas do Rio ao final da primeira etapa do plano, chamada de reconhecimento de área.
Na manhã de sexta (4), o ministro da Defesa afirmou que não há como as Forças Armadas permanecerem nas ruas todo o tempo.
Segundo a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), em cinco anos, o prejuízo decorrente do roubo de carga no Brasil passa de R$ 6 bilhões. No Rio de Janeiro, a estimativa é que o preço de alguns produtos fique 20% mais caro por causa do delito e as transportadoras chegaram a ameaçar uma paralisação, caso o problema não seja resolvido.
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