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Forças Armadas e polícias do Rio fazem operação com 2.600 homens em Niterói; militar é baleado na mão

Movimentação de militares na comunidade da Grota, em Niterói, nesta quarta-feira (16) - Pablo Jacob/Agência O Globo
Movimentação de militares na comunidade da Grota, em Niterói, nesta quarta-feira (16) Imagem: Pablo Jacob/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

16/08/2017 07h05Atualizada em 16/08/2017 12h41

As polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, com o apoio das Forças Armadas, realizam na manhã desta quarta-feira (16) uma grande operação contra roubo de cargas, tráfico de drogas e crime organizado no município de Niterói, a cerca de 15 km da capital fluminense, na região metropolitana. A ação ocorre em ao menos seis favelas: Ititioca, Igrejinha, Atalaia, Preventório, Caramujo e Grota.

No Caramujo, um soldado do Exército foi baleado em confronto com criminosos. De acordo com a assessoria de comunicação das Forças Armadas, o ferimento não é grave. A vítima teria sido atingida na mão e encaminhada a um hospital da região.

Os agentes da Polícia Civil conseguiram cumprir, até 11h, 20 dos 26 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Desses, 12 alvos foram encontrados e detidos nesta quarta, e oito já se encontravam encarcerados. Além disso, um menor foi apreendido, além de seis carros e duas motocicletas.

Segundo a Seseg (Secretaria de Estado de Segurança Pública), as Forças Armadas fazem o cerco nas comunidades, que estão localizadas em pontos estratégicos para o crime organizado. Foram mobilizados mais de 2.600 pessoas, sendo 350 policiais civis, 250 policiais militares e o restante de militares do Exército e da Marinha.

Algumas ruas foram interditadas pelas tropas federais e o espaço aéreo, controlado. Não há interferência, porém, nas operações dos aeroportos.

A operação é comandada pelo CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), na Cidade Nova, na região central do Rio. Os presos estão sendo encaminhados, por enquanto, para uma base montada em Niterói pela Divisão de Homicídios do município.

Até 8h40, segundo informações da "TV Globo", ao menos sete pessoas haviam sido presas. A Seseg informou que deve divulgar um balanço parcial até o fim da manhã.

Prefeito diz que operação é "necessária"

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV), classificou a ação integrada de segurança pública como "necessária".

Niterói tem sido palco de sucessivos episódios de violência urbana em 2017. Na última sexta-feira (11), duas crianças foram levadas por criminosos dentro de uma van escolar roubada no bairro do Barreto. Seis estudantes estavam dentro do carro, mas o motorista só conseguiu retirar quatro antes que os assaltantes fossem embora com o veículo.

Os suspeitos conduziram a van até a cidade vizinha de São Gonçalo, onde fugiram para uma favela e abandonaram o veículo. Em uma ação bem-sucedida do 7º BPM (São Gonçalo), o cabo Antônio Ricardo Azevedo e o soldado Renan de Oliveira conseguiram resgatar as crianças e deixar o local sem que ocorresse uma troca de tiro com os criminosos.

A ação dos policiais militares foi muito elogiada e comemorada até mesmo pelo governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que recebeu a dupla no Palácio Guanabara, no Rio, residência oficial do chefe do Executivo. "Temos que divulgar cada vez mais esses bons exemplos que fazem parte das nossas forças de segurança", afirmou Pezão, na segunda-feira (14).

Ainda no primeiro semestre, um dos casos de de violência com maior repercussão foi a morte do estudante da UFF (Universidade Federal Fluminense) Rafael Lage, vítima de assalto em um bar, no bairro do Ingá, em 27 de maio.

O jovem estava com a namorada no bar e não teria reagido à ação criminosa, sendo baleado assim mesmo.