Mulher usa garrafas pet no lugar de tijolos para construir casa nova no TO

Em tempos de crise, o brasileiro sempre encontra novas formas de resolver situações e conquistar objetivos. Desta vez, a ideia criativa vem da cidade de Araguaína, no Tocantins. A projetista Arlete Maria de Sousa utilizou garrafas pet no lugar de tijolos para construir sua nova casa.

O custo total da obra ficou em cerca de R$ 13.700. De acordo com Arlete, se fosse construir uma casa de alvenaria na cidade, teria que gastar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil, dependendo do acabamento.

“Sempre quis fazer uma construção diferente, de uma forma que eu pudesse economizar e ajudar o meio ambiente. Depois de pesquisar na internet, encontrei aqui no Brasil um eletricista que havia feito um projeto com as garrafas. Foi aí que eu comecei a estudar e me encantei com a ideia”, afirmou Arlete, em entrevista ao UOL.

A partir daí, ela iniciou o processo de obtenção das garrafas - condição que o pai impôs para que o projeto saísse do papel: “Ele disse que me ajudaria se eu arranjasse tudo o que era necessário. Ao todo, foram mais de 2.700 garrafas, que consegui através de amigos e empresas que fazem reciclagem deste tipo de material”.

O projeto, que levaria cerca de 30 dias para ser concluído, acabou sofrendo com alguns imprevistos, o que fez com que a casa só ficasse pronta neste mês, cerca de quatro meses após o prazo original. Porém, isso não diminuiu a alegria de Arlete ao ver a nova residência pronta e nem sua vontade de planejar outras inovações para o futuro.

“Economicamente, foi muito satisfatório. Hoje, vendo pronta, fico encantada porque saiu melhor do que eu imaginava. Achei que os cômodos fossem ficar pequenos, mas deu tudo certo. Agora, quero fazer uma faculdade de arquitetura e tentar construir um sobrado. Já estou até pesquisando uma nova forma de construção para transformar essa ideia em realidade”, concluiu.

Vantagens da construção

E engana-se quem acha que uma casa pode apresentar riscos aos moradores pelo fato de utilizar garrafas pet no lugar dos tijolos. Além de ter um custo menor, o projeto tem ganhos térmicos, acústicos e ambientais.

“Na questão ambiental, a ideia é muito boa, pois faz com que as garrafas deixem de ir para aterros ou outros lugares em que provocariam danos e dá um fim interessante para elas”, afirmou o engenheiro ambiental Luis Felipe Collaço ao UOL.

“Existem diversos projetos semelhantes que usam garrafas pet e de vidro para construir casas populares. E os pontos positivos são exatamente esses: fica mais barato, as casas são tão boas quanto às feitas com tijolos e a troca de calor acontece de uma maneira mais orgânica”, afirmou.

A única ressalva fica por conta do tamanho das construções. Como uma parede feita de garrafas pode ter uma resistência diferente daquelas feitas com tijolos, as construções acabam tendo algumas limitações: "Ninguém vai construir uma mansão assim. A imaginação pode ser usada, mas é preciso ter cuidado”, concluiu.