Naufrágio de lancha em Salvador deixa ao menos 18 mortos; há desaparecidos
A Capitania dos Portos na Bahia revisou o número de mortos no naufrágio que aconteceu na manhã desta quinta (24) em Salvador e afirmou, pouco antes das 16h, que são 18 os mortos no acidente --número que pode ou não ser atualizado ao longo do dia. Até então, a instituição trabalhava com o dado de 23 corpos --divergência que teria ocorrido, segundo o comandante Flávio Almeida, da Capitania, porque as vítimas não foram resgatadas só por equipes da Marinha.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, no entanto, nem todos os mortos foram encaminhados à autópsia --cinco foram levados a Salvador e nove à coordenadoria de Santo Antônio de Jesus. Todos, no entanto, serão levados ao IML (Instituto Médico Legal) da capital baiana.
O naufrágio da lancha aconteceu na Baía de Todos os Santos, na região metropolitana de Salvador, na manhã desta quinta-feira (24). Mais de 80 pessoas, de acordo com a Capitania dos Portos e o Corpo de Bombeiros da Bahia, foram resgatadas.
De acordo com o comandante, um inquérito será instaurado para apurar em que condições o acidente ocorreu. Segundo ele, a partir de números da Astramab (Associação de Transportadores Marítimos da Bahia), entidade que reúne donos de embarcações, a lancha Cavalo Marinho I tinha capacidade para 160 pessoas e estaria transportando, hoje pela manhã, 129, além de quatro tripulantes.
"Tivemos uma tragédia", definiu Almeida.
Entre os mortos, além de adultos, estão uma idosa e uma criança de um ano que foi resgatada com vida, mas não respondeu às tentativas de reanimação feitas por paramédicos do Samu.
Ao todo, quatro ambulâncias do Samu e uma do Corpo de Bombeiros prestam atendimento às vítimas que chegam ao Terminal Marítimo da capital, no bairro do Comércio, onde familiares e amigos dos passageiros chegam a todo momento em busca de informações. Os sobreviventes estão sendo socorridos para o HGE (Hospital Geral do Estado) e para UPAs (Unidades de Pronto Atendimento na capital baiana).
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que dois helicópteros do Graer (Grupamento Aéreo) da Polícia Militar auxiliam nos serviços de busca das vítimas. O acidente mobilizou também prefeituras da região metropolitana, como a de Salvador e a de Vera Cruz, que disponibilizaram infraestrutura das secretarias municipais para os trabalhos de resgate e de apoio aos acidentados.
O naufrágio foi registrado cerca de dez minutos depois de partir, por volta das 6h30, de Mar Grande, em Vera Cruz, na região metropolitana de Salvador. Conforme a Capitania dos Portos, que afirma ter sido acionada às 7h45, não havia aviso de mau tempo no momento do acidente.
"Número pode aumentar", dizem bombeiros
O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Telles, informou que os números acerca do acidente ainda são incipientes. "Esse número pode aumentar e estacionar", afirmou.
Ao todo, cinco lanchas fazem atualmente a travessia Salvador-Itaparica. Telles informou que o trabalho de resgate na Baia de Todos os Santos está sendo realizado com o apoio de mergulhadores e lanchas. "É um trabalho muito difícil, mas conseguimos salvar muitas vidas. Graças à união de moradores de Mar Grande, que estão ajudando muito".
Bahia decreta luto oficial de três dias; Temer emite nota de pesar
Em nota, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), decretou três dias de luto oficial, contados a partir de hoje, por conta da tragédia com a lancha que fazia a travessia Mar Grande - Salvador. De acordo com o petista, o Estado disponibilizará todo apoio no socorro às vítimas.
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), se solidarizou com as vítimas e informou, via assessoria, que "todos os órgãos da Prefeitura estão envolvidos para ajudar no atendimento social, psicológico e nos primeiros socorros às pessoas”.
Também em nota, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que "lamenta profundamente a perda trágica de dezenas de vidas em acidentes com embarcações no Pará [há dois dias] e na Bahia". "O presidente Michel Temer manifesta, neste momento de dor, sua solidariedade às famílias das vítimas e coloca a estrutura do governo federal para ajudar nas buscas e no apoio aos sobreviventes. As providências para apurar as causas dos acidentes e punir os responsáveis estão sendo tomadas, em todas as três esferas de governo", concluiu a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.
Embarcação
José Batista Lima, presidente da Adupt-BA (Associação em Defesa dos Passageiros da Bahia), disse ao UOL que embarcações que operam na região estariam em condições precárias de conservação. A entidade diz ter enviado diversos ofícios informando às autoridades alertando sobre essa preocupação.
Ele afirmou que, caso os órgãos responsáveis dessem importância às reclamações, a tragédia poderia ser evitada.
"Faz tempo que essas lanchas estão em estado precário. Infelizmente, nada foi feito em tempo", disse Lima, ressaltando que a entidade mobilizará as famílias a fim de ajuizar uma ação conjunta contra os possíveis culpados.
Dois dias atrás, naufrágio foi no Pará
Dois dias atrás, outra embarcação afundou com pelo menos 70 passageiros no Pará. O acidente aconteceu na noite de terça (22) com o barco "Capitão Ribeiro", no rio Xingu, durante a travessia entre as cidades de Porto de Moz e Senador José Porfírio. Hoje, as informações foram atualizadas, e o número de mortos, que era de dez, subiu para 21. Assim como no naufrágio de hoje na Bahia, entre as vítimas já identificadas no Pará, também havia uma criança de um ano.
De acordo o proprietário da embarcação, 48 pessoas, entre passageiros e tripulantes, estavam a bordo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.