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Abdelmassih sai de hospital penitenciário e vai para prisão no interior de SP

Roger Abdelmassih teve a prisão domiciliar cassada no dia 18 deste mês - Marcelo Chello
Roger Abdelmassih teve a prisão domiciliar cassada no dia 18 deste mês Imagem: Marcelo Chello

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

25/08/2017 09h36Atualizada em 25/08/2017 10h45

O ex-médico Roger Abdelmassih, 73, voltou para a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, na noite desta quinta-feira (24). Ele estava no hospital penitenciário, na zona norte da capital, desde o último dia 18.

Na ocasião, ele foi detido por policiais na casa onde cumpria a prisão domiciliar, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital, passou pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e foi encaminhado ao Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário.

Nos últimos dois meses, o ex-médico teve o local de cumprimento de pena alterado por decisão judicial por cinco vezes. Abdelmassih foi condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros cometidos contra 47 mulheres.

Na última decisão, o retorno ao regime fechado ocorreu após pedido do MP (Ministério Público) feito à Justiça para que fosse revogada a determinação de um desembargador que anulava uma decisão judicial que já mandava Abdelmassih de volta à prisão, em 11 de agosto deste ano.

Procurado, o advogado de Abdelmassih, Antônio Celso Fraga, afirmou que entrou com habeas corpus no STJ (Supremo Tribunal de Justiça) e que aguarda a manifestação do ministro Felix Fischer.

Entenda o caso

A prisão domiciliar de Abdelmassih foi expedida pela Justiça em 4 de julho deste ano, sob o argumento de que a saúde do ex-médico está debilitada e que a penitenciária de Tremembé não tem condições de tratá-lo da maneira adequada.

12.ago.2017 - Roger Abdelmassih, 73, internado e com tornozeleira eletrônica - Divulgação/Antonio Celso Fraga - Divulgação/Antonio Celso Fraga
Abdelmassih internado e com tornozeleira
Imagem: Divulgação/Antonio Celso Fraga

De lá para cá, enquanto esteve internado no hospital Albert Einstein, zona oeste, entre 7 e 15 de agosto, com uma infecção bacteriana no sistema urinário, a prisão domiciliar de Abdelmassih teve reviravoltas.

No dia 11, a Justiça determinou que ele devia voltar à prisão por um problema em tornozeleiras do Estado. No dia 13, um desembargador revogou a decisão sob o argumento de que o ex-médico não podia ser culpado por um erro do Estado. Ainda segundo o desembargador, não havia indicações de que ele descumpriu as condições da prisão domiciliar.

Segundo a nova decisão judicial, o problema acerca das tornozeleiras do Estado e o histórico de fuga de Abdelmassih foram os motivos pelos quais o ex-médico voltou ao regime fechado. "A anterior evasão, que durou anos e só cessou com a captura do fugitivo fora das fronteiras nacionais, onde passou a viver, justifica a cautela do monitoramento eletrônico, sem o qual (pouco importando a razão de sua inexistência) não é admitida sua saída do presídio (que por si só enseja redução na vigilância necessária)", informa a sentença.

O mérito do Habeas Corpus ainda será julgado pela 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça.O advogado do ex-médico, Antônio Celso Fraga, informou que já recorreu da nova decisão.

Condenado por 48 estupros

Após ser condenado por 48 estupros de 37 pacientes, Abdelmassih ficou foragido por três anos e chegou a liderar a lista de procurados do governo de São Paulo. Ele foi localizado em agosto de 2014, em Assunção, no Paraguai, de onde foi deportado.

Desde então, o chamado "médico das estrelas" esteve no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde estão condenados por crimes de grande repercussão ocorridos em São Paulo, como Alexandre Nardoni, Mizael Bispo e Suzane von Richthofen, por exemplo.

De lá para cá, o ex-médico passou por uma série de internações, incluindo uma cirurgia para a colocação de um stent no coração. Ele também chegou a ser levado em estado grave com insuficiência respiratória ao hospital e, em outra oportunidade, ficou internado para tratar uma pneumonia.