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Moradores da Rocinha relatam pânico em tiroteio: "Me joguei no chão. Pareceu uma eternidade"

22.set.2017 - Moradores se jogaram no chão em passarela durante tiroteio na Rocinha - Gabriel Paiva/Agência O Globo
22.set.2017 - Moradores se jogaram no chão em passarela durante tiroteio na Rocinha Imagem: Gabriel Paiva/Agência O Globo

Do UOL, no Rio e em São Paulo

22/09/2017 12h54

Moradores da favela da Rocinha relataram cenas de pânico na comunidade da zona sul carioca na manhã desta sexta-feira (22). Por volta das 9h30, foi registrado confronto com tiros efetuados por bandidos na direção de policiais que faziam patrulhamento próximo ao túnel Zuzu Angel, vizinho à comunidade. Hoje é o quinto dia de operação policial contra o tráfico na região após uma tentativa de invasão de traficantes rivais no domingo (17).

"A situação aqui tá braba, os bandidos estão colocando botijão de gás no valão, ninguém passa. Os ônibus estão proibidos de sair da garagem, ninguém sobe, ninguém desce, a situação é de alerta”, afirmou o morador, que vive próximo a um dos locais de conflito dentro da comunidade.

“Os moradores estão trancando tudo e ficando dentro de casa, a situação nossa é muito precária. Está cheio de polícia e de bandido correndo com pistola e com outras armas na mão... A gente não aguenta mais”, desabafou.

O relato foi um áudio divulgado por volta das 12h pela rádio CBN-Rio. Segundo a rádio, um gabinete de crise com integrantes do governo, entre os quais, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e secretários estaduais, está reunido para tratar dos encaminhamentos na Rocinha, onde, a qualquer momento, homens do Exército devem fazer cerco.

Também moradora, a vendedora Samara Piliego, 29, relatou correria e tumulto em entrevista ao UOL.

"Saí de casa para trabalhar quando começaram os tiros. Todo mundo começou a correr. Policiais também. Começou um tumulto muito grande. Eu comecei a chorar de nervoso. Vi gente se jogando no chão. Me joguei também. Fiquei sem saber o que fazer. Não sei nem te dizer quanto tempo demorou o tiroteio. Pareceu uma eternidade. Quando as pessoas correram, eu saí e corri também", disse.

* Colaborou Marcela Lemos, do Rio de Janeiro