Vídeo mostra PM xingando manifestante na região da Paulista; ouvidor das polícias cobra punição
Um policial militar foi gravado xingando uma manifestante na região da avenida Paulista na última quarta-feira (29). O vídeo foi submetido pelo UOL ao ouvidor das polícias de São Paulo, Julio Cesar Neves, que cobrou punição ao agente, cuja identidade não foi revelada.
A manifestação, feita por grupos que se dizem "autônomos", era contra as reformas propostas pelo governo federal e tinha a intenção de ir até o diretório estadual do PMDB, perto do parque Ibirapuera, na zona sul. A PM, no entanto, dispersou o ato sob o argumento de que os manifestantes não informaram previamente a corporação.
No vídeo gravado pelo fotógrafo Daniel Arroyo, do site "Ponte Jornalismo", um grupo de PMs acompanhava manifestantes numa via próxima à Paulista após a dispersão do ato.
“Vai, demônio. Vai, pu**. Vai trabalhar, vagabunda. Vai dar o c*, sua pu**. Lixo. Vou te prender, maconheira do cara***”, diz o policial à jovem, que não reage aos xingamentos e continua caminhando pela rua, cercada de PMs.
Ao assistir as imagens nesta sexta-feira (1º), o ouvidor da polícia, que é o responsável por fiscalizar e pedir investigações de ações policiais, afirmou que enviou à Corregedoria da PM um ofício pedindo que o caso seja apurado.
"Isso não é compatível com os procedimentos que são adotados pela instituição [PM]. Deturpa totalmente a imagem da Polícia Militar. Esperamos que isso não se repita e que haja uma punição pelo comando da polícia por essa postura, que não devia ter sido realizada por esse policial militar", afirmou o ouvidor.
A reportagem procurou a SSP (Secretaria da Segurança Pública) e a PM para que as instituições pudessem se manifestar sobre o assunto. Em nota, a secretaria informou que "as imagens serão analisadas pela Polícia Militar para que sejam tomadas as providências cabíveis".
A SSP afirmou, também, que denúncias e queixas devem ser formalizadas na corregedoria da instituição, localizada na rua Alfredo Maia, 58, bairro da Luz, centro de São Paulo, em atendimento 24 horas, "por qualquer pessoa que se sinta ofendida ou que tenha presenciado tal ato".
O UOL tentou contato com o policial, via PM, mas ainda não obteve retorno.
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