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Operação de polícias e Exército para capturar traficante Rogério 157 levou quase três meses

Rogério 157 era um dos criminosos mais procurado pelas polícias do Rio - Reprodução/RecordTV
Rogério 157 era um dos criminosos mais procurado pelas polícias do Rio Imagem: Reprodução/RecordTV

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

06/12/2017 08h58Atualizada em 06/12/2017 12h51

Durou quase três meses a operação policial na cidade do Rio de Janeiro para capturar o chefe do tráfico da região da favela da Rocinha, na zona sul, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. O traficante foi preso na manhã desta quarta-feira (6) na favela do Arará, na zona norte da capital fluminense.

Contra o traficante havia ao menos 13 mandados de prisão em aberto expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro, por crimes como homicídio, assalto a mão armada e tráfico de drogas. Ele era um dos mais procurados pelas polícias do Rio.

06.dez.2017 - Rogério 157, capturado em ação policial na zona norte do Rio - Divulgação - Divulgação
06.dez.2017 - Rogério 157, capturado em ação policial na zona norte do Rio
Imagem: Divulgação

As buscas, que envolveram polícias Civil, Militar e Federal, com apoio das Forças Armadas, teve início em 17 de setembro deste ano, quando confrontos entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas na Rocinha começaram a se intensificar.

De um lado, estava o grupo do traficante Rogério 157, que tem, no apelido, o número do Código Penal referente ao crime de roubo violento. De outro, o grupo do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso em 2011. Rogério sucedeu Nem no comando do tráfico na região.

De dentro do presídio federal onde está preso em Rondônia, Nem, no entanto, determinou a invasão da Rocinha por criminosos da facção ADA (Amigo dos Amigos), que é a segunda maior do Rio.

O motivo seria a insatisfação com a atuação de Rogério por ele ter começado a cobrar dos moradores por serviços como água e mototáxi. Rogério teve o reforço de integrantes da facção CV (Comando Vermelho), rival da ADA.

Por Rogério 157, o governo estadual ofereceu R$ 50 mil para quem o denunciasse de forma anônima. Até a manhã desta quarta, a polícia não informou se alguém o denunciou. O traficante foi pego uma operação das polícias civil, militar e federal, além do Exército.

No dia 23 de setembro, a polícia chegou até duas casas, sendo uma de luxo, de Rogério 157, localizadas no topo da favela da Rocinha. Um dos imóveis possui cômodos com suíte, sala espaçosa com bar e equipamentos eletrônicos de última geração, além de uma varanda com ampla visão da comunidade.

Confira como era a casa de luxo de Rogério 157

UOL Notícias

Um dia antes da localização das casas, com o cerco militar que foi feito na favela, Rogério 157 fugiu pela mata que circunda a região. No entanto, no dia 23, mesmo com a presença do Exército, 157 voltou à Rocinha, após membros da facção terem sequestrado um taxista.

De acordo com a Polícia Civil, um grupo de homens armados ordenou que o motorista do táxi os levasse ao Horto para que lá pegassem Rogério 157 e o traficante Jaílson Barbosa Marinho (o "Jabá", seu braço direito) para que novamente voltassem à Rocinha.

O carro chegou a ser parado por um bloqueio de policiais militares, houve troca de tiros e os ocupantes conseguiram fugir por uma das entradas da comunidade. O retorno ocorreu porque ele não queria perder o controle do tráfico de drogas na favela.

De lá para cá, homens de confiança de Rogério 157 foram presos em operações policiais. Com efetivo de mais de 3.000 policiais, ele foi capturado na manhã de hoje.