Usuário tem até dia 6 para carregar bilhete único com valor antigo de R$ 3,80 em SP

Quem utiliza transporte público na Grande São Paulo tem até as 23h59 do dia 6 de janeiro para carregar seus bilhetes e, assim, pagar passagens sem o reajuste que entra em vigor no dia 7 de janeiro.
A tarifa atual de trens, metrô e ônibus em São Paulo é R$ 3,80 e vai passar a custar R$ 4. O anúncio foi feito pelo governo do Estado e pela Prefeitura de São Paulo no dia 28 de dezembro, a contragosto do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O máximo que se consegue carregar em um dia é R$ 300 e o limite de créditos no bilhete é R$ 350. Não há validade para os créditos.
A analista de sistemas Jaqueline Pereira da Silva, 24, planeja carregar uma boa quantidade de créditos no seu Bilhete Único até o final da semana para seguir pagando o preço antigo após o reajuste. “Acho que vou colocar uns R$ 200 para economizar um pouco. Eu moro em Diadema (ABC paulista) e uso o bilhete comum para vir ao trabalho. Achei desnecessário esse reajuste”, disse ao UOL logo após carregar o bilhete no posto eletrônico que funciona no metrô Faria Lima (zona oeste da capital paulista) nesta terça-feira (2).
O valor da integração (ônibus e trilhos) também será reajustado, mas com um percentual menor do que o do ano passado. A alta será de 2,35%, passando de R$ 6,80 para R$ 6,96. Em 2017, o aumento foi de 14,8%.
A estudante Tamara Castelo Branco, 19, faz integrações todos os dias para ir ao trabalho e à escola. Ela ainda não sabe se vai ser mais vantajoso continuar usando a tarifa comum. “Eu não uso bilhete mensal, coloco a tarifa comum no Bilhete Único. Com esse aumento, eu ainda não sei o que vou fazer para conseguir economizar”, disse a jovem que mora no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, e todos os dias pega quatro conduções para se deslocar.
Quem usa os bilhetes temporais (mensal e diário, com ou sem integração) também tem até 6 de janeiro para comprar créditos antes do início da vigência da nova tarifa e, assim, usar o serviço com o valor antigo.
Bilhetes temporais terão reajuste menor
A partir do dia 7, o mensal sem integração (somente ônibus ou somente trilhos), que hoje é R$ 190, vai custar R$ 194,30 para o usuário. O diário também sem integração vai aumentar R$ 0,30, passando a custar R$ 15,30.
O valor do mensal integrado (ônibus e trens) será R$ 307,00. Com ele, o usuário tem direito a fazer até dez viagens por dia, durante 31 dias. O índice de aumento de 2,3% em relação ao preço atual vai fazer com que ele volte a ficar mais competitivo do que a tarifa comum.
A promotora de vendas Elisabete Katatani, 55, usa bilhete único comum para se locomover pela cidade, mas conta que um dos filhos depende do bilhete mensal. “Meus filhos pagam a passagem todos os dias. Um dele usa o vale transporte do trabalho, mas também enche a mais os créditos. O outro usa mensal. Eu uso esporadicamente e acho esse valor de R$ 4 bem caro”, disse.
O marido dela, Nilton Katatani, 54, lembra que no ano passado ficou mais pesado para o filho usar o bilhete mensal. “Esse ano estão repondo essa vantagem. Vamos ver se vai valer a pena”, disse.
Katatani se refere ao último reajuste feito na tarifa em abril do ano passado, quando, apesar do valor da tarifa comum ter ficado em R$ 3,80, os valores das integrações e dos bilhetes temporais foram reajustados. Na ocasião, o bilhete mensal ficou R$ 40 mais caro --era R$ 260 e passou a ser R$ 300--, o que diminuiu a sua vantagem em relação à tarifa comum.
O diário com integração também teve uma redução menor do que a do ano passado, quando ficou R$ 4 mais caro. Agora o aumento será de R$ 0,50, ou seja, vai de R$ 20 para R$ 20,50.
Só o aumento na tarifa não cobre gastos
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou em entrevista na semana passada que o aumento nos custos com combustíveis e energia elétrica, no serviço de manutenção dos ônibus e o reajuste de salários de funcionários (mais de 18 mil no Metrô e na CPTM, de acordo com ele) estavam entre os motivos para o aumento na tarifa.
Mesmo assim, o valor que será arrecadado a mais com o reajuste não é capaz de cobrir os custos totais do sistema de transporte público.
Só para manter os quase 14 mil ônibus nas ruas e avenidas da capital paulista, o custo anual é de cerca de R$ 8 bilhões. Parte desse valor é desembolsado pela prefeitura.
Em 2017, a despesa da Prefeitura de São Paulo com o subsídio foi de R$ 2,9 bilhões, R$ 1 bilhão a mais do que a gestão anterior havia reservado para esse fim --R$ 1,8 bilhão. O atual prefeito João Doria (PSDB) teve que tirar dinheiro de obras como os corredores de ônibus para cobrir o deficit do transporte público municipal.
Os valores previstos para 2018 não são animadores.
Para 2018, o orçamento aprovado pela Câmara prevê R$ 2,1 bilhões para esse fim --R$ 200 milhões a menos do que na proposta enviada por Doria. A prefeitura ainda espera reduzir esses custos com a nova licitação dos ônibus, cujo edital foi lançado na quinta-feira (21) para consulta pública. É a primeira licitação do sistema em 15 anos.
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