Topo

Moradores ateiam fogo em ônibus após criança ser baleada em ação da PM na Baixada Fluminense

Do UOL, no Rio

21/02/2018 18h05

Uma criança de sete anos foi baleada na perna em uma troca de tiros durante uma operação da Polícia Militar em uma favela em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (21). Um homem ainda não identificado foi morto e outro ficou ferido.

Em protesto, moradores das comunidades Santa Lucia e Imbariê atearam fogo em um ônibus. Segundo a PM, foi apreendida uma pistola e drogas com um dos suspeitos.

O suspeito baleado foi encaminhado ao Hospital Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias. Por volta das 18h, a operação ainda estava em andamento.

As Forças Armadas assumiram o comando da política de segurança pública no Estado após decreto de intervenção federal.

O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado.

Não há recursos para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações. Faltam equipamentos, como coletes e munição.

A falta de estrutura atinge a tropa policial e torna os agentes vítimas da criminalidade. Somente neste ano, 16 PMs foram assassinados no Estado --foram 134 em 2017.

Com a escalada nos índices de violência, o presidente Michel Temer (MDB) decretou a intervenção federal na segurança pública do Estado, medida que conta com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.

Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto. Ele, na prática, é o chefe das forças de segurança do Estado, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu comando.

Braga Netto trabalha agora em um plano de ação.

Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros Estados com patamares ainda piores. O Rio apare em décimo lugar entre os Estados com mais mortes violentas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.