Não vai ter guerrilha do PCC, diz secretário de segurança de SP após mortes
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (23) que o que houve entre integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foram "desentendimentos". A possível briga interna do grupo deixou três líderes da facção mortos. Segundo o secretário, os assassinatos "não inquietam" a segurança do Estado.
"Tenho tido contato direto e constante com a Secretaria de Administração Penitenciária e nós não estamos detectando nenhum tipo de anormalidade no sistema prisional e o mesmo a gente está vendo com o restante do trabalho de inteligência. Não nos causa inquietação com relação a movimentos maiores”, afirmou Mágino em entrevista coletiva para a divulgação das estatísticas de violência para o mês de janeiro no Estado de São Paulo.
"Vai ter uma guerrilha [do PCC] na cidade? Não, vai ter", afirmou. Segundo o secretário, as disputas entre os criminosos não têm reflexo diretos na vida da sociedade.
Nesta quinta-feira (21), o integrante do PCC Wagner Ferreira da Silva, 32, conhecido como Cabelo Duro, foi morto a tiros de fuzil em frente a um hotel na zona leste de São Paulo. Ele havia participado, no fim de semana passado, do assassinato de dois líderes da facção, segundo a Polícia Civil do Ceará e o Ministério Público paulista. As investigações apuram se a morte foi uma retaliação ou uma queima de arquivo.
A principal hipótese para o crime é de queima de arquivo. Isso porque a polícia do Ceará já havia expedido pedido de prisão temporária, de 30 dias, contra Cabelo Duro.
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O secretário confirmou que as investigações apontam para uma relação entre a morte de Cabelo Duro e as mortes no Ceará.
Apesar de negar reflexos diretos na segurança da capital paulista, Barbosa lamentou que duas pessoas tenham ficado feridas no ataque contra Cabelo Duro. "É algo muito pontual, não deve ter nenhum tipo de recrudescimento nos índices criminais”, afirmou.
De acordo com o mandado de prisão, o qual o UOL teve acesso, outras cinco pessoas devem ser presas para "elucidar as circunstâncias em que ocorreu o duplo homicídio em que são vítimas" Gegê do Mangue e Paca.
Migração de criminosos do Rio
O secretário reafirmou não acreditar em uma migração de criminosos do Rio de Janeiro para São Paulo, devido a intervenção federal no Estado fluminense.
"Eu entendo as declarações do ministro da Defesa e da Justiça, que eles não querem assumir responsabilidade de dizer que não vai ter migração. Ninguém quer cravar", pontuou. Mágino garante, porém, que não há evidências históricas que mostrem uma ligação entre criminosos dos dois Estados.
Estatísticas de segurança
Dados da SSP apontam um aumento no número de estupros gerais no Estado, ao comparar janeiro deste ano com o mesmo período de 2017.
O crime subiu 15,5%, chegando a 1.034 casos no mês. Em janeiro do ano passado, foram 895 registros. Segundo o levantamento estadual, o primeiro mês de 2018 teve queda nos números de homicídios (6,7%) e latrocínios (41%), em comparação com janeiro do ano passado.
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