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Prefeitura de SP autoriza redução da frota de ônibus; Rio opera com 67%

Passageiros aguardam BRT na estação Praça Seca, no Rio de Janeiro - Marcos Vidal/Futura Press/Estadão Conteúdo
Passageiros aguardam BRT na estação Praça Seca, no Rio de Janeiro Imagem: Marcos Vidal/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

24/05/2018 07h40Atualizada em 24/05/2018 13h34

A greve dos caminhoneiros afetou o transporte público de algumas capitais do Brasil na manhã desta quinta-feira (24). Em São Paulo, a situação foi de quase total normalidade no começo da manhã, mas por volta das 9h30 a prefeitura informou que autorizou as empresas de ônibus a reduzirem a frota. No Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte passageiros enfrentam problemas para conseguir se deslocar.

Desde segunda-feira (21), caminhoneiros fazem bloqueios nas principais estradas do país em protesto contra os recentes aumentos nos preços dos combustíveis e pedem ao governo a redução de impostos.

Os efeitos da greve foram sentidos em várias partes do país e em vários setores econômicos. Há relatos de falta de combustíveis, o que afeta o transporte público. Na alimentação, alguns estados já começam a sofrer com o desabastecimento, especialmente de produtos menos duráveis como frutas, verduras e legumes.

São Paulo

Por volta das 9h30, a SPTrans informou que autorizou as empresas de ônibus a reduzir em até 40% a frota em operação entre 8h30 e 16h. Segundo o órgão, a medida tem o objetivo de garantir a operação dos ônibus previstos para circular no fim da tarde e à noite. A cidade amanheceu com 97% da frota na rua, índice que caiu para 95% às 8h. Dos 14 mil ônibus previstos para o horário, 500 não foram para as ruas no começo do dia.

Para amenizar os impactos da greve dos caminhoneiros no sistema de ônibus da cidade, a STM (Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos) informou que tanto metrô quanto trens mantêm sua capacidade total de operação mesmo no horário de entrepico.

Paralisação de caminhoneiros  - Felipe Rau/Estadão Conteúdo - Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Paralisação de caminhoneiros causa congestionamento na rodovia Régis Bittencourt, em SP
Imagem: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

O rodízio municipal de carros está suspenso nesta quinta-feira, com isso, os carros com placas finais 7 e 8 estão liberados para circular.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que às 8h30, a capital paulista tinha 108 km de lentidão. A média para o horário é de 43,8 km. A partir das 9h30, o trânsito ficou dentro da média para o período. 

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira, a prefeitura ressaltou que "nenhuma manifestação, por mais justa que seja, pode afetar o direito de ir e vir das pessoas", e que acionaria a Justiça para que seja determinada a suspensão dos bloqueios aos centros de distribuição de combustível.

Grande São Paulo e interior

A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) informou que as empresas de ônibus metropolitanos estão enfrentando problemas de abastecimento.

Apesar, disso na Grande São Paulo, a operação contou com praticamente 100% pela manhã. Apenas Guarulhos registrou problemas. Duas empresas (Vila Galvão) e (Viação Atual) tiveram as frotas reduzidas.

Empresas de transporte coletivo de Campinas, São José dos Campos e Sorocaba, três das maiores cidades do interior paulista, reduziram a frota de ônibus em circulação para poupar diesel. O objetivo é evitar que falta total de combustível paralise o transporte.

Rio de Janeiro

Nesta quinta, o sistema de transporte no estado do Rio opera com 67% do total da frota, segundo informou a Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) --ao todo, 7.590 coletivos deixaram de circular nesta quinta.

A redução da frota resulta em ônibus circulando com intervalos de tempo maiores entre as viagens.

"As empresas consorciadas estão empenhando todos os esforços para que a população não seja prejudicada, chegando até a abastecer os coletivos em postos de gasolina comuns, em muitos casos, mesmo com o preço do óleo diesel superior ao habitual", disse a Fetranspor em nota.

Na capital, o BRT funciona desde a manhã com apenas 50% da frota. Todas as estações da avenida Cesário de Melo, nos corredores Transoeste e Transcarioca, no trecho entre Madureira e Fundão, estão fechadas.

Nesta quinta, a circulação das barcas é normal, mas a travessia entre Rio e Niterói terá o serviço modificado devido à falta de combustíveis.

As viagens entre as estações Praça XV e Arariboia não serão realizadas neste final de semana. Entre os dias 25 e 28, as viagens de 10h30 e 11h30 entre Charitas e Praça XV assim como as previstas para 11h e 12h entre Praça XV e Charitas não ocorrerão. A linha que atende Paquetá teve os horários modificados.

Curitiba

Na capital paranaense, a prefeitura e as Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) afirmaram que a situação nesta quinta-feira é normal.

Além disso, os estoques de combustível foram abastecidos nesta madrugada, garantindo a autonomia até o próximo domingo (27). Para conseguir encher os tanques, foi realizada uma operação de escolta de caminhões-tanque, com apoio de forças policiais.

Ao todo, 20 viaturas da Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal foram usadas para acompanhar os caminhões. Batizada de Operação Diesel, a ação teve caráter emergencial. Além do transporte público, o combustível será usado para abastecer ambulâncias e viaturas da PM.

Belo Horizonte

Em Minas Gerais, a situação afeta Belo Horizonte e cidades do interior. Os ônibus de Belo Horizonte começaram a operar hoje em escala reduzida em parte do dia. Segundo a BHTrans, empresa responsável pelo transporte público viário na capital, entre 9h e 16h, o número de viagens será reduzido pela metade. O objetivo, segundo a empresa, é garantir operação normal dos coletivos no horário de pico.

Na região do Vale do Aço, a maioria dos municípios reduziu as frotas de ônibus do transporte público. A Univale, empresa responsável pelo transporte público em Ipatinga, reduziu em 25% a circulação dos ônibus. 

Sem previsão de recebimento de combustível, a Presidente, companhia que faz linha entre Ipatinga e Belo Horizonte, também reduziu a circulação dos ônibus (a empresa não divulgou em quanto a frota foi reduzida).

Passageiros com bilhetes marcados para embarque na rodoviária de Belo Horizonte devem enfrentar dificuldades. A rodoviária adotou um contingenciamento das viagens com redução do quadro de horários. De acordo com a Codemig, a iniciativa é “atípica e foge do controle”.

Quem já comprou bilhete será comunicado sobre remarcação das datas. Os veículos das empresas de ônibus passarão por trechos de rodovias que possam atender a um maior número possível de municípios e os bilhetes serão vendidos conforme o novo quadro de horários.

A greve afetou até mesmo a área de segurança em Minas. Nesta quinta-feira, o comando da Polícia Militar publicou um memorando em que orienta o controle no gasto com combustíveis pela tropa. Entre as medidas, está minimizar os deslocamentos de veículos e manter as atividades ostensivas por meio de bases da corporação.

Recife

No Recife, segundo o site JC Online, a região metropolitana amanheceu com 30% a menos da frota normal de ônibus. Mais tarde, o Grande Recife Consórcio de Transporte autorizou que as empresas reduzam, em até 50%, a frota dos ônibus fora do horário de pico, ou seja, entre as 8h e as 17h.

Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, afirmou que, mesmo havendo diminuição em 50% da frota, as empresas só têm estoque de combustível para rodar até este domingo (27).

Salvador

Em Salvador, onde havia uma greve dos rodoviários, os ônibus voltaram a circular nesta quinta-feira, segundo o jornal "A Tarde". A saída dos coletivos das garagens foi gradativa entre 5h e 7h.

*Com colaboração para o UOL, em Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Com informações do Estadão Conteúdo