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Cratera de quase 50 metros de profundidade se abre na Bahia

Erosão é investigada pela multinacional química Dow, que opera próximo ao local - Divulgação/Dow
Erosão é investigada pela multinacional química Dow, que opera próximo ao local Imagem: Divulgação/Dow

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL

15/06/2018 13h26

Uma cratera de 45,4 metros de profundidade, 71,7 metros de comprimento e 29,7 metros de largura foi descoberta na Ilha de Itaparica, na Bahia. A erosão está sendo investigada pela multinacional química Dow, que realiza operações próximo ao local, e por órgãos responsáveis.

Ao UOL, a empresa informou que o buraco foi encontrado pela própria companhia durante um serviço de manutenção em 30 de maio. A cratera fica em meio à mata fechada a pouco mais de 1 km do município de Vera Cruz e próxima a um antigo posto de extração de salmoura, desativado há mais de 30 anos.

A multinacional afirma que isolou a área e que está fazendo um estudo geomecânico com a ajuda de uma empresa alemã e de geólogos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Para identificar variações no buraco, a empresa instalou aparelhos de tecnologia microssísmica e acionou um satélite de alta resolução que capta mudanças milímétricas.

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O que já se sabe que, por estar em processo de sedimentação, a profundidade da erosão diminuiu desde a descoberta, mas a abertura variou cerca de dois metros. Para evitar que pessoas cheguem perto da região, uma barreira física maior está sendo construída com o suporte da Defesa Civil, placas de perigo foram instaladas e um segurança foi posicionado para não deixar que alguém ultrapasse a barreira, segundo a empresa.

De acordo com o geofísico e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Marco Botelho, chamado para avaliar a situação no local, sem os resultados dos estudos levantados, ainda não se pode garantir o motivo da erosão. Botelho, no entanto, levantou duas hipóteses sobre o ocorrido.
"Ali é uma área de rochas areníticas. Pode ter havido uma percolação de água da chuva no próprio lençol freático, que carregou a areia e cavou uma caverna”, diz o especialista.

"Ou então quando se extrai salgema, substitui-se por água salgada até o topo, para que evite desabamentos. No entanto, pode ter surgido uma quebra natural da rocha e isso criou um caminho para que a água se deslocasse e criasse o buraco", completa o professor. Para Botelho, uma das dúvidas que precisam ser respondidas é se a erosão

A Dow informou ainda que cumpriu todos os protocolos de segurança assim que descobriu a cratera: isolou a área e avisou as autoridades responsáveis, como prefeitura de Vera Cruz e Agência Nacional de Mineração (ANM), e a comunidade local.

Foram feitas duas reuniões com os moradores da ilha para informar as descobertas, além de haver um canal aberto pelo aplicativo de mensagens WhatsApp para tirar dúvida das pessoas. 

O UOL não conseguiu entrar em contato com a Prefeitura de Vera Cruz até o fechamento da matéria. A reportagem também acionou a ANM, que já enviou técnicos para o local, mas também não obteve resposta.