Filho rouba arma e mata assassino do pai após briga de bar no Ceará
Uma discussão de bar terminou com dois homens assassinados no último domingo (2), em Boa Viagem, cidade localizada a cerca de 221 km ao sul de Fortaleza. Após bate-boca, um agricultor matou um ajudante geral. Na sequência, o filho da vítima chegou ao local, brigou com o assassino e o matou com a mesma arma usada para assassinar o pai.
De acordo com a investigação, Raimundo Pinho de Araújo, o “Raimundo das Cabras”, de 48 anos, fez ameaças a Claudeildo Lacerda de Morais, o “Cadeca”, de 47 anos, devido a uma aposta. Depois da discussão, Raimundo buscou um revólver em sua casa, voltou ao bar e disparou contra Claudeildo.
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Ainda no local, o filho de Claudeildo começou a brigar fisicamente com Raimundo, lhe tomou a arma e atirou contra o assassino do pai, que morreu no local. “Cadeca” chegou a ser socorrido a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O rapaz fugiu após disparar contra o agricultor. Inicialmente, a polícia trabalhava com a informação de que o filho de Claudeildo seria adolescente. Contudo, segundo fontes ligadas à investigação, o rapaz se apresentou à polícia nesta terça-feira (04), tem 20 anos e não ficará preso por ter evitado o flagrante.
“Foi uma tragédia”, declarou ao UOL Elisvado Lacerda, irmão de “Cadeca”. “Houve uma discussão entre eles, mas todos ali no bar se conheciam. Acabou com a morte dos dois, foi muito rápido”, completou, dizendo que seu irmão não tinha inimigos.
“Minha mãe está desolada, como toda mãe fica quando perde um filho”, relatou. “Minha cunhada, que era casada com o Cadeca há mais de 20 anos, está em estado de choque.”
À reportagem, Elisvaldo disse que seus familiares não entraram em contato com o sobrinho e não sabem onde ele está. Além do filho que está foragido, “Cadeca” também tinha mais duas filhas, de um e 28 anos.
“Cadeca” era bastante conhecido na região por ter sido zagueiro do Boa Viagem Atlético Clube (BVAC), na década de 1990. Pela seleção da cidade, chegou a ser bicampeão dos Jogos Intermunicipais, em 1997 e 1998.
Como nunca chegou a ser profissional, o futebol apenas complementava sua renda de agricultor. Nos últimos anos, no entanto, ele estava trabalhando como ajudante geral em um depósito de venda por atacado.
A direção do Boa Viagem, clube que já chegou a disputar a primeira divisão cearense por sete temporadas, foi refundado e não está mais vinculado à federação estadual, decretou luto de três dias pela morte de “Cadeca”. Em nota, a Secretaria de Esporte e Juventude (Sejuve) da Prefeitura Municipal de Boa Viagem também lamentou a morte do ex-jogador.
Após ser registrado no plantão da Delegacia Regional de Canindé, o caso foi transferido à Delegacia Municipal de Boa Viagem, onde está sendo conduzido pela delegada Flávia Fonseca.
Em contato com a reportagem do UOL, a delegada afirmou que está realizando diligências para averiguar o caso e não poderia passar mais informações até o momento da publicação.
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