Polícia de SP diz que encontrou lista com todos os membros do PCC no Brasil
A Polícia Civil de São Paulo afirmou nesta quinta-feira (29) saber quem são todos os integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), após a prisão de um suspeito de integrar a facção criminosa em São Miguel Paulista, bairro da zona leste da capital paulista. Com ele, foram encontradas supostas listas de todos os membros da organização.
A Polícia não deu detalhes de quantos são os integrantes. A operação Echelon, finalizada no primeiro semestre por policiais civis de Presidente Venceslau (SP), onde está presa a cúpula da facção, apontava que a facção havia se expandido para todo o país e atingido a marca de 40.000 membros.
Delegado divisionário do Denarc (Departamento de Narcóticos), Alberto Pereira Matheus Junior, afirmou que se trata da “apreensão de um dos maiores documentos até hoje que vai ser utilizado contra a facção”.
A prisão de Gilberto Ferreira, vulgo Beto, compõe um dos 35 mandados de prisão cumpridos nesta quinta-feira (29) contra suspeitos de integrarem o PCC. A operação, batizada de "Linhas Cruzadas", teve início há oito meses, após uma ação policial na região da cracolândia, no centro, que deteve integrantes do crime organizado.
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Dos 35 mandados de prisão cumpridos, 21 suspeitos estavam na rua, principalmente em bairros da zona leste e em cidades da região metropolitana que fazem divisa com bairros da zona leste. Outros 12 mandados estão em aberto.
A polícia afirma que os presos vão fazer exame no IML (Instituto Médico Legal) e, depois, irão ao 2º DP (Distrito Policial), no Bom Retiro, para ficarem em prisão provisória até a Justiça determinar se converte ou não as detenções em preventivas.
Livros com nomes de todos os membros
A polícia afirmou que Beto tinha o cargo de “pen-drive” da facção. Ou seja, ele seria, em pessoa, uma espécie de “departamento pessoal” da facção, com a função de localizar todos os membros (num chamado “livro branco”) e todos os devedores (num chamado “livro negro”).
A polícia afirma ter localizado, com ele, os dois “livros” e que, com isso, vai poder auxiliar outros estados do país no combate à maior facção criminosa do país.
O delegado do Denarc responsável pela investigação, Carlos Batista, titular da 6ª delegacia da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Osasco), afirmou que todos os presos têm funções específicas na facção, mas que há alguns com papéis de liderança. Além de Beto, há um outro, com o cargo de “pé de borracha”, que tem papel de levar familiares de integrantes da facção para os presídios e que também participa dos chamados “tribunais do crime”, em que os próprios criminosos julgam se integrantes ou rivais devem ser assassinados.
“Temos a quantidade, as lideranças por estado, com as denominações e qualificações. O trabalho da Polícia Civil vai poder colaborar com investigações do Brasil todo. Conseguimos através de oito células diferentes da facção”, afirmou Alberto Pereira Matheus Junior, do Denarc.
“Trabalhei 17 anos no Deic, junto com o doutor Ruy Ferraz Fontes, que é pioneiro no combate à facção. Quanto se prende um ou outro, é possível substituir. Agora, como é que você vai substituir uma facção toda? Não posso falar a quantidade, mas são milhares. Hoje eles estão qualificados aqui. Essas informações vão amparar todo o país”, complementou.
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