Menino diz à polícia que seria levado ao exterior após ser vendido pela mãe
Um menino de 12 anos que foi encontrado sozinho, no último dia 11, em uma rodoviária no interior da Bahia contou a policiais que seria vendido pela própria mãe para supostos traficantes de pessoas que o enviariam ao exterior. A polícia prendeu a mãe da criança e um suposto aliciador e agora investiga a hipótese de que o garoto seria mandado para o Japão para ser explorado sexualmente.
O menino disse que, no momento que foi encontrado pela polícia, esperava para ser levado a Salvador pela mãe e por um suspeito a fim de tirar um passaporte.
O caso foi descoberto no dia 11, quando o garoto foi achado sozinho por uma policial civil na rodoviária de Santa Maria da Vitória, oeste da Bahia. Ele estava desesperado e chorando.
A mãe e um suspeito foram presos em seguida em uma cidade vizinha. O menino foi entregue a familiares.
Ele foi ouvido pela polícia pela primeira vez após ser resgatado e voltou a dar depoimento na última sexta-feira (18)."O menino detalhou mais a situação. Agora, vamos pedir a quebra de sigilo telefônico [de um celular encontrado com a vítima]", disse o delegado Leyvison Rodrigues.
O garoto disse que viajou de ônibus por 250 quilômetros, junto com a mãe, da cidade onde moravam, Botuporã, até Santa Maria da Vitória, ambas no estado da Bahia. A criança contou aos policiais que foi abandonada ao chegar à rodoviária. O plano original, segundo o menino, era que após a chegada na rodoviária, ele fosse levado pela mãe e pelo suspeito para Salvador em um carro.
O delegado disse que a mãe da criança deve ser indiciada pelo crime de tráfico de pessoas, com os agravantes da vítima ser seu filho e da ação objetivar exploração sexual. Ela também responderá por falsa comunicação de crime - porque, ao ser detida, disse à polícia que havia sido sequestrada. O suspeito responderá pelo crime de ameaça.
A polícia investiga a informação de que a mãe receberia R$ 5 mil para entregar a criança para o aliciador. Outra hipótese é que o garoto seria entregue a traficantes de pessoas para quitar uma dívida da família com um agiota.
Não foram apresentadas até o momento evidências de que mais pessoas estejam envolvidas no caso, nem que o suposto grupo seria de fato capaz de levar a criança ilegalmente até o Japão
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