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Integrantes de milícia especializada em grilagem de terras são presos no RJ

Equipes do Ministério Público e da Polícia Civil cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra quadrilha de milicianos na zona oeste do Rio - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Equipes do Ministério Público e da Polícia Civil cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra quadrilha de milicianos na zona oeste do Rio Imagem: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

22/01/2019 09h46

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil prenderam, na manhã desta terça-feira (22), cinco homens suspeitos de integrar uma milícia que age na grilagem de terra na zona oeste do Rio de Janeiro. No total, foram expedidos treze mandados de prisão preventiva.

O jornal O Globo informa que os cinco detidos são suspeitos de envolvimento com o assassinato da vereadora Marielle Franco, em 13 de março. Questionado pelo UOL sobre o assunto, o MP e a Polícia Civil não responderam.

Os trabalhos se concentram nas favelas de Rio das Pedras e Muzema, além de endereços nos bairros da Barra de Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena. Também são cumpridos mandados de busca e apreensão.

O major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira está entre os presos. Ele é apontado como um dos líderes da organização que explora o mercado imobiliário da região. Completariam a cúpula do grupo, Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano, e Ronald Paulo Pereira, o Major Ronald. Ambos estão foragidos e são alvos de mandado de prisão.

Além do Major Ronald, foram presos nesta manhã: Maurício Silva da Costa, Laerte Silva de Lima, Manoel de Brito Batista e Benedito Aurélio Ferreira Carvalho.

Segundo a investigação, o grupo controlava a compra e venda de loteamentos e imóveis em diversos bairros da zona oeste, e também manipularia documentos necessários para a realização dos negócios.

Jorge Alberto Moreth, presidente da Associação de Moradores de Rio das Pedras, também teria ligações com o grupo, segundo informações do MP. Todos os citados são alvos da operação de hoje.

Marielle teria sido vítima de quadrilha especializada em grilagem

Em dezembro de 2018, o então secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em março do mesmo ano, teria sido morta por uma quadrilha especializada em grilagem de terras.

De acordo com ele, os criminosos teriam "superestimado" a atuação da parlamentar nessas localidades e, por isso, cometido o crime.

Em entrevistas posteriores às declarações do secretário, membros do PSOL negaram que Marielle viesse sendo vítima de ameaças ou que tivesse uma atuação mais profunda de combate a esses grupos.

O MP-RJ e a Polícia Civil ainda não confirmaram a participação dos presos na morte de Marielle.