DEM expulsa ex-PM suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle
Resumo da notícia
- Após um ano de investigações, polícia prende 2 suspeitos de matar vereadora
- Um dos suspeitos é ex-PM, expulso da corporação; o outro, PM reformado
- Ambos têm ligação com política; Élcio é filiado ao DEM, e Ronnie já foi MDB
O DEM decidiu expulsar do partido o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46, preso na manhã de hoje por suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Ele era filiado ao Partido Democratas, pelo diretório regional do Rio de Janeiro, de acordo com informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), como revelou o UOL. Por sua vez, também detido pelo crime, o sargento reformado Ronnie Lessa, 48, já pertenceu aos quadros do MDB, pelo diretório do mesmo estado.
"Diante da suspeita de envolvimento do filiado Élcio Vieira de Queiroz com o atentado à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes, revelada durante a Operação Lume, realizada na manhã desta terça-feira (12), quando foi preso, o Democratas Nacional decide aplicar a sanção sumária de expulsão - com cancelamento de filiação partidária - pelo descumprimento dos deveres éticos previstos estatutariamente", lê-se na nota divulgada pelo DEM.
"O Democratas repudia, de forma veemente, quaisquer atos de violência ou atentatórios ao Estado Democrático de Direito."
Élcio dirigiu carro usado no atentado
Para a Polícia Civil e o MP do Rio, Lessa seria o autor dos disparos no atentado, e Queiroz dirigia o Cobalt prata usado no crime. Os dois foram alvos da Operação Lume, realizada nesta manhã, e denunciados por duplo homicídio qualificado. Os advogados dos dois presos negaram que ambos tiveram participação no crime (veja abaixo).
Elcio Queiroz é filiado ao DEM desde o dia 13 de julho de 2011. Sua zona eleitoral está localizada no bairro de Engenho de Dentro, na zona norte do Rio.
Naquele mesmo ano, ele foi alvo da Operação Guilhotina, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federal. A investigação revelou um esquema de corrupção policial que incluía a venda de informações sobre operações e de espólio de guerra do tráfico, além do serviço ilegal de vigilância.
De acordo com a denúncia do MP do Rio, Queiroz fazia parte de um grupo de 13 pessoas que atuava como segurança em casas de jogos de azar nos bairros de Bonsucesso, Barra do Guaratiba e Botafogo. À época, ele estava lotado no 16º Batalhão da PM (Olaria).
Em 2016, a Corregedoria Geral Unificada da Secretaria da Segurança Pública decidiu expulsar Élcio e pelo menos outros sete PMs da corporação.
Já Lessa filiou-se em 1999 ao PMDB (hoje MDB). Ele deixou o partido em 2010.
Outro lado
A defesa de Queiroz explicou que o ex-PM sequer estava no local do crime no dia. "Tenho certeza que não há foto dele no carro, nem muito menos gravação dele neste dia. Tenho certeza que a vítima que sobreviveu não vai reconhecer o meu cliente", explicou o advogado Luiz Carlos Azenha.
Ele classificou de "trapalhada" a medida do MP e da Polícia Civil. "Trata-se mais uma vez de outra trapalhada da Polícia Judiciária com todo respeito à gloriosa Polícia Civil, mas nós já vimos que esse procedimento criminal, persecução penal, vem de outras trapalhadas", disse.
O advogado Fernando Santana, responsável pela defesa de Lessa, também destacou a inocência do seu cliente. "Tive contato com ele muito rápido, mas ele nega que tenha cometido qualquer tipo de assassinato. Vou ter acesso ao inquérito, pois até agora não tive - primeiro está em segredo de Justiça, mas agora já peticionamos para poder termos ideia de como chegaram na prisão do Ronnie Lessa", afirmou.
A reportagem entrou em contato com os diretórios dos partidos. Havendo novas informações, estas serão adicionadas a este texto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.