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Jovem investigado queria ter participado de ataque em Suzano, diz polícia

Garoto de 17 anos, suspeito de participado do planejamento do massacre de Suzano (SP), chega ao Fórum da cidade - MAURICIO SUMIYA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Garoto de 17 anos, suspeito de participado do planejamento do massacre de Suzano (SP), chega ao Fórum da cidade Imagem: MAURICIO SUMIYA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

15/03/2019 22h23

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, responsável pelas investigações do massacre da escola Raul Brasil em Suzano, afirmou que um jovem de 17 anos, amigo dos assassinos, negou envolvimento direto com a ação, mas lamenta não ter sido incluído no ato.

"Ele não sabe dizer por que não foi convidado e esperava ter sido convidado", disse o delegado Fontes em entrevista veiculada no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta noite.

O Ministério Público de São Paulo interrogou o ex-aluno da escola Raul Brasil nesta manhã pela segunda vez. Na última quarta-feira (13), ele já havia sido ouvido pela polícia. Hoje, foram quase duas horas de depoimento no Fórum de Suzano, colhido pelo promotor Rafael Ribeiro do Val.

No depoimento, o jovem reiterou que Guilherme Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, autores do ataque e mortos na ação, já haviam comentado sobre o desejo de realizar um atentado em uma escola.

Segundo a polícia, o jovem investigado sugeriu aos dois que utilizassem bombas e explosivos, mas disse que não colaborou com a ação. Ele é investigado como um possível terceiro elemento por trás do massacre, que deixou dez mortos.

A polícia também realizou buscas na casa dele e encontrou coturnos muito parecidos aos utilizados por Guilherme e Luiz Henrique, além de anotações em código. O delegado pediu a apreensão do ex-aluno, mas a promotoria concluiu que não havia indícios suficientes e vai aguardar a conclusão do inquérito.

"Ele tinha ligação direta com todo o planejamento, ajudou a iniciar toda a execução e não participou da ação. É muito perigoso, do nosso ponto de vista, deixá-lo em liberdade. Ele pode e já disse em depoimento que queria ter participado e que gostaria de fazer isso", disse Fontes.

Em nota, o MP diz que pediu "a realização de diligências complementares por parte das autoridades policiais para, posteriormente, se for o caso, pedir a sua internação [do jovem], como determina o ECA".

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