Prefeitura inicia demolições na Muzema e faz reparos sob escolta policial
A prefeitura do Rio de Janeiro iniciou hoje a demolição de dois prédios na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade, onde o desmoronamento de outros dois edifícios vizinhos, no último dia 12, matou 24 pessoas. As unidades haviam sido construídas de forma irregular.
O prefeito da cidade, Marcelo Crivella (PRB), anunciou que 16 prédios que correm risco de desabamento na Muzema serão demolidos e, no lugar, das construções, será feito um parque com um memorial às vítimas.
As demolições dois dois prédios iniciadas hoje têm o prazo de até 30 dias para serem concluídas, já que estão sendo feitas manualmente por técnicos da Secretaria de Conservação. A proximidade dos prédios condenados pela Defesa Civil fluminense com outros edifícios ainda habitados inviabiliza o uso de explosivos.
Para garantir a segurança dos profissionais que trabalham na demolição, policiais militares patrulham a região da Muzema e se mantêm nos principais acessos à comunidade. Guardas Municipais isolam a região em que estão os prédios condenados.
Por medo da ação de grupos paramilitares, moradores da Muzema não compareceram espontaneamente à delegacia da Barra da Tijuca, que investiga a queda dos prédios e a relação das construções com milicianos da região. Os trabalhos de demolição dos prédios também precisaram ser acompanhados por policiais, diante das evidências de que as suas obras foram financiadas por esses grupos.
A segurança permite que técnicos da Light, da Comlurb e da Secretaria de Obras, finalmente, façam os reparos necessários na comunidade, doze dias depois dos desmoronamentos e duas semanas após as fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro, deixando dez mortos.
Moradores da comunidade ouvidos pelo UOL ao longo na última semana se queixaram do abandono da região pelo poder público. Pelas ruas da Muzema, ainda se podem ver pontos de alagamento e lixo amontoado. Em alguns trechos, o acesso ainda é dificultado pelos deslizamentos das últimas semanas.
"Hoje que a polícia está aqui, eles (os técnicos) apareceram. Nos outros dias, eles nem pisaram aqui", disse um morador que preferiu não se identificar.
Nos dias posteriores às chuvas que atingiram o Rio, os próprios moradores fizeram a limpeza emergencial da Muzema. As empresas públicas não foram ao local.
No total, 16 prédios serão demolidos
Os dois prédios cujas demolições foram iniciadas hoje fazem parte de um total de 16 com estruturas condenadas pela Defesa Civil --os outros 14 ainda não têm data para ser demolidos.
Um dos prédios que começaram a ser demolidos hoje já tinha moradores. Por isso, a Defesa Civil isolará a região e permitirá que alguns moradores retirem seus pertences do interior. O outro ainda estava em fase de construção.
"Os prédios estão escorados, as pessoas que moravam ali poderão retirar os seus bens. No local desses prédios, que ficam em uma área de reserva ambiental, será construído um memorial às vítimas. Episódios como este precisam ser lembrados e nos dar esta lição: para construir é necessário ter as licenças devidas", disse Crivella.A
Prefeitura ainda avalia a necessidade de contratar emergencialmente uma empresa para auxiliar na derrubada de construções, o que daria mais celeridade à ação.
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